COMER & BEBER 2016/2017: portugueses
Confira a seleção dos melhores endereços dessa categoria
A edição especial VEJA COMER & BEBER São Paulo reúne 400 restaurantes. Abaixo, a seleção de culinária portuguesa.
+ O melhor restaurante italiano da cidade
A bela Sintra: em rara sintonia, o sócio alentejano Carlos Bittencourt e a chef Ilda Vinagre descobriram como agradar em cheio à clientela fiel. Se o serviço no salão mantém a linha formal e extremamente gentil (as pedidas chegam à mesa em lindas cloches metálicas), a cozinha se permite uma ou outra invenção, sem escandalizar os mais puristas, claro. Entre as ótimas criações de Ilda está o mil-folhas de bacalhau com tomate, espinafre e creme gratinado (R$ 142,00). Para variar do pescado, experimente o arroz de polvo à portuguesa (R$ 117,00). Escolha na vistosa bandeja de sobremesas a deliciosa e açucarada torta de nozes com baba de moça (R$ 34,00).
Casa Portuguesa: endereço simples, onde dá para comer bacalhau sem esfolar o bolso. Com jeito de residência, é necessário tocar a campainha para entrar. Uma salada fresca, como a de feijão-fradinho ao vinagrete (R$ 32,00), é boa opção de entrada. Para duas pessoas, o pescado ao forno vem com batata, cebola, pimentão, tomate e ovos (R$ 86,00). É uma pena os doces típicos terceirizados nem sempre aparecerem fresquinhos.
Chiado: irmão sem pompa do A bela Sintra, que tem como sócio nos dois endereços o restaurateur Carlos Bettencourt, apoia-se no binômio receitas clássicas lusas com preço razoável. O.k., você não vai pular o caprichado bolinho de bacalhau (R$ 26,00), mas experimente também a dourada alheira frita (R$ 32,00). Feito com a textura ideal, o bacalhau com natas (desfiado com creme de leite; R$ 63,00) é muito bom. O polvo à lagareiro com batata ao murro e brócolis verdinho (R$ 86,00), embora rico em tempero, poderia ser servido menos cozido. É preciso um pouco mais de cuidado com o toucinho do céu (R$ 24,00) que vez ou outra pode vir assado demais e com a base da massa quase queimada.
Dona Florinda: por aqui, há receitas tradicionais de bacalhau como o bolinho (R$ 29,90) e a posta ao forno com legumes (R$ 109,00). Mas os garçons sugerem (e a clientela costuma topar na hora) uma versão bem mais gordinha do peixe. Chamada de zé do pipo (R$ 109,00), traz o pescado empanado escondido por uma camada de cebola, outra de purê de batata e outra ainda mais generosa do brasileiríssimo catupiry. É um exagero calórico, claro, mas fica saboroso. Também na linha mais pesadona, a sobremesa pedaço de mau caminho (R$ 25,00) combina musse de chocolate bem consistente e sorvete de pera.
Presidente: duas restrições que valem o aviso: o restaurante abre só para o almoço e não aceita pagamento com cartões, apenas dinheiro ou cheque. Topa seguir adiante mesmo assim? Então prepare-se para uma posta de bacalhau alta frita em alho e óleo memorável, servida com batatas coradas e brócolis (R$ 118,00 a porção para duas pessoas). Só é preciso maneirar antes na quantidade de bolinhos de bacalhau (R$ 4,00 a unidade) para não perder o apetite cedo demais. Para a sobremesa, o pudim na calda bem clarinha (R$ 10,00) supera os doces típicos portugueses.
Quinta de Santa Maria: vários fatores contribuem para que este seja um dos melhores representantes lusos da cidade. Além da qualidade da comida, ajudam o serviço sempre muito atencioso e o ambiente agradável, embora apertado, com jeitão de casinha do norte de Portugal. Comece pelos celestiais bolinhos de bacalhau (R$ 30,00, com seis unidades) ou pela igualmente ótima açorda do pescado (R$ 16,00). O Gadus morrhua pode ser provado também na receita maria da venda (grelhado com ervilha-torta, tomatinho, brócolis e cebola; R$ 71,90). Saboroso, o arroz de polvo poderia ser servido com os grãos menos cozidos (R$ 82,00). Versão portuguesa do creme brûlé, o leite creme (R$ 14,00) é o fecho ideal.
Rancho Português — Leitão à Bairrada: precedido por um grande empório, no qual podem ser comprados de vinhos a queijos e de louças a peças de decoração, é indicado para ir sem pressa. O leitão (R$ 143,00, para dois) que dá nome à casa vem bronzeado e de pele quebradiça sob a qual se esconde a carne macia. Chamado de joão do grão (R$ 209,00, para três), o ótimo bacalhau é apresentado com grão-de-bico, batata, cenoura e brócolis verdinhos, mas cozido demais. No arremate, um doce divino e raro: o pão de ló de ovos como só se encontra em Portugal (R$ 18,90).
Taberna da Esquina: o balhacau está pela hora da morte! A manjada expressão só não vale para o almoço executivo do Taberna da Esquina, casa do chef português Víto rSobral. Há dois menus, um a R$ 47,00 e o outro a R$ 56,00, diferentes a cada dia. Toda quarta, o mais caro deles dá direito ao bacalhau à brás (em lascas com cebola caramelada, batata palha e ovo) — na carta regular do restaurante, uma receita parecida do pescado, à zé do pipo, com cebola caramelada e purê de batata, sai por R$ 78,00. O preço fixo da refeição ao meio-dia dá direito ainda a opções rotativas como o caldo verde e o salame de chocolate.
Tasca da Esquina: o melhor restaurante português da cidade tem receitas de Vítor Sobral, que vive em Lisboa. Aqui, elas são executadas e muitas vezes desenvolvidas com competência pelo patrício Luis Espadana. Além de clássicos como bacalhau ao forno (R$ 99,00), o chef-residente faz uma deliciosa moqueca com o pescado, azeite de dendê, leite de coco e a guarnição de mandioquinha (R$ 105,00). Outra delícia da nova cozinha portuguesa é a costeleta de cordeiro com purê de abóbora ao molho de hortelã (R$ 104,00). O pão na chapa, bem macio, é um aperitivo coberto por mocotó suíno e generosa quantidade de coentro (R$ 34,00). No capítulo doçura, está de volta ao cardápio a musse de chocolate com compota de jabuticaba, calda de vinho tinto e nozes carameladas (R$ 26,00).
Tasca do Arouche: esta casa portuguesa do centrão fica junto de um hotel, mas possui entrada independente, além de estacionamento gratuito. Cheio de sabor, o arroz de cordeiro repleto de lascas da carne tem a textura cremosa (R$ 54,00). Com cara de prato de antigamente, a cavaquinha é grelhada antes de ganhar a companhia de arroz de passas e creme de espinafre (R$ 122,00).
Tasca do Zé e da Maria: o espaço apertado está repleto de mesas cobertas por toalhas branquinhas. O couvert, composto de pão, manteiga, queijo fresco e salgadinhos fritos, vale os R$ 21,90. Sugestão de prato, o bacalhau à brás (R$ 88,00) pode fazer parte do menu executivo no almoço de segunda a sexta (R$ 59,00, com entrada e sobremesa). Bem úmido, o rocambole de laranja merece cada garfada (R$ 20,90).