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Conheça bares quase secretos onde é necessário agendar a visita

Sob esquema de reserva obrigatória, novos endereços para beber e petiscar funcionam escondidos e são conhecidos pelo boca a boca

Por Saulo Yassuda
Atualizado em 20 jan 2022, 09h19 - Publicado em 4 dez 2015, 23h00

Alerta: este texto contém spoiler. Pule para o próximo parágrafo se não quiser saber o que há no interior do Frigobar, novo bar “secreto” da metrópole. Pois bem. Ao chegar à entrada do local inaugurado em setembro nos Jardins, é preciso apertar a campainha e dizer por uma pequena abertura a senha enviada por e-mail. Se der tudo certo, o host de cerca de 1 metro de altura deixará o cliente ingressar e o encaminhará ao espaço escondido atrás de uma porta camuflada. Lá dentro, cerca de vinte pessoas bebericam coquetéis todas as terças e quartas enquanto vivem, como diz a casa, uma experiência — na qual a mise-en-scène importa tanto (ou mais) que o conteúdo do copo. No intervalo entre as 21 horas e pouco depois da meia-noite, o barman de cartola pode montar uma torre de taças de espumante e fazer aquela cascata-ostentação da bebida, com jeitão de programa televisivo dominical. De repente, os rapazes que tomam uma ao seu lado se levantam e começam a tocar jazz. No auge da balada, as luzes costumam se apagar e todos são convidados a virar um shot.

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Não se pode simplesmente chegar, sentar e desfrutar as pedidas etílicas e comestíveis, caso do sanduíche de filé-mignon suíno e shissô, uma erva asiática. É preciso marcar hora. Tal qual médico, dentista, cabeleireiro, manicure e avaliação física na academia. Além do estabelecimento nos Jardins, há outros dois que adotaram a prática agende-antes-de-aparecer.

No Frigobar, toda a “negociação” é construída por meio de uma longa troca de e-mails. A casa envia um texto sobre o conceito e indica as regras locais (“após a reserva ser feita, não existe a possibilidade de alteração de data”, diz uma delas). Depois, o candidato a cliente deposita a quantia de150 reais na conta do lugar. Só assim recebe a confirmação de que terá um assento. O preço dá direito a quatro drinques e a possíveis “surpresas”.

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O endereço mais recente dessa leva é o Apotecário, no subsolo do ateliê e galeria Espaço Zebra, na BelaVista. Já em funcionamento para testes, o lugar será inaugurado oficialmente na quinta (10) e abrirá apenas nesse dia da semana, entre 20 horas e meia-noite. As reservas também serão obrigatórias.”Não queremos lotar ou ficar muito hypados”, diz a dona, Neli Pereira.

Apaixonada por coquetelaria, a empresária pretende receber o público pessoalmente. Para que todos saiam da rotina, os funcionários se vestirão com figurinos inspirados na era vitoriana, e pocket shows de jazz vão rolar enquanto os drinques que abusam de ervas, especiarias e plantas serão servidos.

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“Quem acaba vindo são os amigos de amigos”, diz o designer Caio de Medeiros, um dos sócios do Laboratório E.M., na Vila Madalena. O espaço funciona desdeo início do ano na loja e ateliê de design Estudio Manus. Todo mês, ele e a artista plástica Daniela Scorza improvisam ali um bar para apenas trinta pessoas. As datas e os horários de funcionamento são divulgados no site do lugar (estudiomanus.wix.com/laboratorioem), pelo qual se realizam os agendamentos — obrigatórios. É preciso pagar, com antecedência, a taxa de 28 reais, abatida na conta final. “Devemos fazer apróxima edição ainda agora em dezembro, mas não fechamoso dia”, afirma Medeiros. “Não é para ser mais um compromisso. É uma diversão”, justifica.

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Embora já existissem pela cidade outros lugares com esse conceito artificialmente clandestino, inspiradonos bares speakeasy da época da Lei Seca americana,eles nunca foram tão restritivos. É só olhar o caso mais bem-sucedido, o SubAstor, vencedor na categoria carta de drinques na última edição de VEJA COMER & BEBER. Inaugurado em 2009 na Vila Madalena, no porão do Astor, o ambiente vive abarrotado. E não, não são aceitas reservas — a espera por um assento costuma serlooonga, de até duas horas.

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Por outro lado, já há empresário desses novos escondidinhos em busca de alternativas aos sem reserva. “Aparecer de última hora é um hábito do brasileiro”, acredita Pablo Moya, sócio do Frigobar. “Estamos pensando em disponibilizar algumas vagas para o próprio dia da visita, via Facebook”, afirma. É o jeitinho brasileiro na mesa de bar.

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