Projeto prevê restaurante, museu e observatório no Edifício Martinelli
Grupo Tokyo, dos bares Tokyo e Alto, venceu a licitação para explorar, por quinze anos, parte do espaço. O contrato é de 50,5 milhões de reais
O icônico Edifício Martinelli, inaugurado em 1929 no Centro, tem novidades à vista. O Grupo Tokyo, que comanda os bares Tokyo e Alto, foi o único a demonstrar interesse na proposta da prefeitura de São Paulo de concessão, durante quinze anos, de parte do arranha-céu para a exploração comercial. O contrato, estimado em edital em 50,5 milhões de reais, valor que ainda pode sofrer alterações, prevê a abertura de café, restaurante, museu, espaço de eventos e um mirante. Os envelopes foram entregues no último dia 8 à SP Urbanismo, que, após a análise dos papéis do interessado, fez uma reunião na última quinta (16) para a decisão sobre o vencedor da licitação.
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O empresário Junior Passini, do Grupo Tokyo, se inspira em pontos turísticos do mundo, como o Top of the Rock, em Nova York, para tocar o novo projeto no edifício de 130 metros de altura. “É a melhor vista de São Paulo, a única tão alta e com 360 graus de visão, você tem liberdade e vai a todos os lados”, derrete-se.
O projeto da prefeitura para a exploração de 2 570 metros quadrados do prédio pela iniciativa privada foi retomado no fim do ano passado. Um plano antigo, a proposta inicial havia sido lançada no início de 2020, mas barrada em dezembro daquele ano após questionamentos do TCM (Tribunal de Contas do Município).
O edital prevê a ocupação da loja 11 no térreo e também dos andares 25º a 28º. No térreo, a intenção do grupo é abrir uma loja de suvenires com cafeteria. Por um novo elevador, exclusivo, os visitantes poderão subir a um restaurante e a um museu sobre a cidade de São Paulo, ambos no 25º. No 26º andar, onde fica a laje principal do terraço, está previsto um observatório para a cidade e um espaço para eventos, como shows e festas, que poderá se estender aos 27º e 28º andares, onde se situa o palacete de Giuseppe Martinelli, idealizador do prédio.
Após confirmado o vencedor da licitação, a companhia tem trinta dias, prorrogáveis por mais trinta, para a assinatura do contrato. De acordo com Passini, muitos dos interessados na licitação foram desistindo da concorrência no meio do caminho pela magnitude do projeto. “Para a viabilidade do negócio, investidores e marcas são fundamentais”, revela. “A obra de restauro vai levar de seis meses a um ano, no mínimo”, acredita. “A rota vai sendo corrigida e adaptada.”
Com a concessão do Martinelli, o edifício deixaria de ter a visitação gratuita ao terraço, como costumava ser até o início da pandemia. O empresário, no entanto, promete deixar alguns dias de entrada livre. “Teremos visitas gratuitas no espaço em pelo menos dois dias da semana”, diz.
Veja mais detalhes sobre como deve ser o projeto no Edifício Martinelli, se concretizado:
TÉRREO
A intenção é abrir uma loja de souvenir com café, para receber os visitantes, com entrada pelo Rua Libero Badaró. Um novo elevador, exclusivo, é imaginado para levar o público para o alto.
25º ANDAR
No projeto, dividem o espaço um restaurante e um museu sobre a cidade de São Paulo.
26º ANDAR
É a laje principal do terraço, para onde é previso um observatório para a cidade e também a parte aberta do restaurante. Também é imaginado um espaço para eventos, como shows e festas.
27º e 28º ANDARES
É onde ficava a residência de Giuseppe Martinelli. Deve ser uma extensão do restaurante e do espaço de eventos.
Publicado em VEJA São Paulo de 22 de fevereiro de 2023, edição nº 2829.
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