Conheça o Starlane, bar londrino com DJs, pizza e drinques que chega a SP
A primeira filial da casa vai funcionar num antigo casarão da Avenida Rebouças

Das ruas do bairro londrino de Canning Town para a Avenida Rebouças, o Starlane vem aí. O bar, conhecido sobretudo pelo clima de ferveção, ganha uma primeira filial, que fica do lado de cá do Atlântico, no número 3642 da Avenida Rebouças, em Pinheiros. A promessa é que a casa, com investimento estimado em 3 milhões de reais, siga apostando na tríade música, pizza e coquetelaria do endereço do Reino Unido e seja aberta ao público em 21 de maio, depois de duas semanas de soft opening a convidados.
Com sete anos completados no fim de abril, o Starlane London surgiu quase sem querer. Situado na frente de um galpão que reúne estúdios de gravação e outros espaços para artistas visuais e startups trabalharem, era uma espécie de sala de estar. Acabou que a galera que trabalhava ali ia ao espaço beber um drinque pós-jornada, e a fama cresceu. Essa foi a deixa para que o empresário paulistano Bruno Ciaramicoli Cabral, há 22 anos no Reino Unido e sócio do galpão com outros dois brasileiros, transformasse esse “acessório” em bar. Virou ponto de encontro na noite da capital britânica. Em fevereiro, a casa virou até notícia, ao ter adquirido a licença de funcionar 24 horas nos fins de semana. “Como muitas festas em Londres acabam no máximo às 6 da manhã, fazemos eventos privados para artistas virem depois”, conta o empresário que cresceu na Penha e tem empreendimentos da área da saúde à gastronomia.
A casa de São Paulo, o primeiro negócio dele no Brasil, foi iniciada como uma parceria com o amigo Ale Tcholla. O projeto cresceu e agora reúne um grupo com onze membros na afinação (a dupla incluída), todos brasileiros. “Cada sócio tem um motivo para estar lá, com um background diferente — tem gente das artes, da moda, do business…”, elenca a produtora artística Lisa Uhlendorff, sócia que cuida da operação. O ponto escolhido foi um casarão dos anos 1940 em um trecho arborizado e menos caótico da Avenida Rebouças, próximo aos restaurantes Deus Ex Machina e Churrascada do Mar. “Ao mesmo tempo que tem muito escritório subindo ali, sabemos que tem gente bacana, que não é uma gente careta”, observa Lisa. Os donos prometem que não haverá (felizmente) a prática de selecionar quem pode ingressar na casa ou não, como acontece na matriz.





O Starlane São Paulo soma 480 metros quadrados e tem capacidade para 100 pessoas sentadas e 400 em pé. O antigo chão de taco e as vigas originais da residência foram recuperados para o salão, que tem um balcão e a cabine do DJ. A depender da ocasião, as mesas e cadeiras podem ser retiradas para que a área vire uma pista de dança, principalmente em noites de convidados especiais. Os profissionais vão discotecar, principalmente, música eletrônica, sem deixar de lado jazz, trip-hop e MPB. “Queremos trazer artistas e produtores que nunca vieram ao Brasil”, revela Bruno.
Da mesma forma que tem rolado em casas paulistanas como o Matiz, o Elevado Conselheiro e o Caracol, o novato teve alto investimento em acústica. Ganhou painéis nas paredes e no teto para absorver o som, e as caixas sonoras foram desenhadas especialmente para o local. Antecedido por um jardim, o imóvel tem espaço, ainda, para uma sala mais reservada, um pátio com arquibancada e móveis do designer Fernando Jaeger e um fumódromo.
Embora a música se mostre um pilar importantíssimo, a comida e a bebida têm presença forte, com um menu diferente do londrino. O chef consultor Thiago Cerqueira (Guilhotina e The Fresh Goodies) bolou aperitivos à italiana e pizzas ao estilo napolitano, individuais, com coberturas como porchetta e kimchi e creme de abóbora com muçarela fior di latte, queijo de cabra, abobrinha e tomatinho. “O projeto está lindo”, celebra o cozinheiro. Os drinques foram elaborados pelo especialista Gunter Sarfert, o mesmo que criou a carta do concorrente Caracol, por onde passou a chefe de bar do novo Starlane, Ingrid Shindo. Há opções como o pizzicato, de vodca com infusão de massa de pizza (!), limão, jerez fino, manjericão, licor curaçau e xarope de açúcar.
“A gente não é listening bar nem bar-balada. Somos isto: música, drinques e pizza”, pontifica Lisa. “Pensamos em um ambiente para abrigar diferentes públicos e atividades.” E os planos parecem ser ainda mais ambiciosos. O Starlane pode ser, no futuro, um evento, uma festa, quem sabe um festival. “Não estamos intrinsecamente ligados ao espaço físico.”

Publicado em VEJA São Paulo de 2 de maio, edição nº 2942.
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