Caracol: conheça a nova versão do bar, com música alta e bons drinques
Tudo que na casa original era junto e misturado — comer, beber, dançar —, na Barra Funda rola em ambientes próprios. Leia a crítica
Saudosismo não é bem a palavra no Caracol. Se você frequentava o ponto de agito da Rua Jaguaribe, fechado em março de 2023, e comemorou com a notícia publicada em primeira mão pela Vejinha sobre a reabertura na Barra Funda (depois de uma ocupação pop up no Cojunto Nacional, parte dela junto da CASACOR), vale se situar: aquele bar não existe mais. Ou, em outro prisma: existe, mas num formato diferente.
Tudo que na casa original fundada por Millos Kaiser e Thiago Visconti em 2018 era junto e misturado — comer, beber, dançar —, no endereço aberto em dezembro passado acontece em territórios próprios. Menos festivo, um “restaurante” fica no térreo, onde o espírito é trocar uma ideia, beber e petiscar ou até mesmo jantar.
A música não é bem a protagonista, ainda que não seja esquecida: de terças e quartas, um DJ se posta na janela e toca um jazz ou congêneres voltado para a calçada. Se você busca um programa mais fervido, é melhor ir direto ao piso superior, com acesso por uma escada — o trânsito entre esses dois pedaços é facilitado pelo uso de comandas individuais.
O ambiente é mais escuro, com jeito de clube, e DJs põem a galera para dançar música eletrônica, sobretudo house, e brasilidades via um sound system digital de respeito (o preço sugerido de couvert artístico é de R$ 15,00). O balcão de mármore, vindo da unidade anterior, serve de apoio para o público pedir comida e bebida no território de cima.
O cardápio, idêntico para os dois espaços, inclui pastel de angu recheado de queijo da Serra da Canastra com molho de tamarindo (R$ 12,00 a unidade) e as tostas matrimônio (torradas com tomate, ricota e conserva de manjuba ao vinagre mais aliche; R$ 41,00). O cavaquinha roll (R$ 67,00), sanduíche com o crustáceo desfiado e vinagrete de laranja, poderia vir num brioche menos seco.
Ajudam a molhar a garganta as protocolares long necks de cerveja (a partir de R$ 16,00) ou bons vinhos nacionais (na média de R$ 200,00). Em destaque, os drinques surgem em nomes como aviãozinho (cachaça em jaqueira, Aperol, Cynar e limão; R$ 35,00), ótima reinterpretação do paper plane e um bom casamento de amargor e acidez, e o dercy (cachaça, aperitivo de ervas, mel e limão; R$ 35,00), resgate saudosista da antiga carta.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Caracol
Rua Boracéa, 160, Barra Funda, tel. 4306-8519.
Das 19h às 2h (terça e quarta até 0h; fecha domingo a terça).
Confira o cardápio:
Publicado em VEJA São Paulo de 3 de maio de 2024, edição nº 2891
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