Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda

Por Saulo Yassuda

O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha há dez anos. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos

COMER E BEBER

Conheça o banzeiro, drinque de cachaça que se espalhou pelos bares

Com uma camada de vinho tinto e outra de espuma de gengibre, a mistura criada pelo bartender Zulu é tema de um concurso

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Atualizado em 18 jun 2025, 20h31 - Publicado em 18 jun 2025, 20h23

O bartender Zulu finaliza o drinque banzeiro

Você já bebeu banzeiro? É um drinque cítrico e docinho de cachaça que passa por madeira amburana, suco de limão-taiti e açúcar. Por cima, ganha uma camada fina de vinho tinto e outra de espuma de gengibre.

A bebida foi criada pelo bartender baiano Laércio Zulu, em julho de 2015, no Boteco São Bento do Itaim Bibi. Virou um sucesso e hoje é replicado em casas pelo país afora.

“Mais de oitenta bares do Brasil servem o banzeiro”, calcula o autor. “Desses, em São Paulo, conto pelo menos 25.”

Além das casas do Grupo São Bento (Boteco São Bento, São Conrado e Tuy, Cocina), no qual Zulu é a autoridade etílica, a receita pode ser encontrada em outras casas paulistanas, como o Olivio, o Nonna Rosa, o Sarjeta, o Deus Ex Machina…

Esse espalhamento do banzeiro pelos bares teve um dedo inicial do próprio Zulu. “Toda consultoria que eu fazia, eu colocava o drinque no bar. Era uma exigência”, relembra.

Aos poucos, outros endereços, mesmo sem consultoria dele, foram acrescentando o banzeiro às cartas — e nem sempre contavam ao cliente de quem era a receita. “O crédito a mim não importa”, jura o bartender. Ele só não gosta de ver a receita ser alterada. “A cachaça, por exemplo, tem que passar por amburana.”

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“Tem muitos ‘fiscais de banzeiro’ por aí. O povo vê fotos de bares que fazem o drinque e me mandam”, se diverte.

Além do visual em camadas, o drinque faz sucesso pelo sabor ao mesmo tempo docinho e ácido, que costuma agradar ao público brasileiro. “Joguei seguro”, diz Zulu.

“É um coquetel de evolução, você sente um pouco o vinho, que vai se misturando, até ele ficar totalmente rosa. Essa transmutação vai até o final.”

Drinques - Bares SP — Laércio Zulu prepara sua criação (Rubens Kato/Divulgação)

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Saiba tudo sobre o Banzeiro Challenge

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Para tornar o drinque ainda mais conhecido, Zulu promove um campeonato, o Banzeiro Challenge 2025. O evento começou menorzinho, em 2022, e depois de um hiato volta em grande estilo neste ano.

Qualquer pessoa acima dos 18 anos, bartender ou não, pode participar.

Os interessados devem postar, até 20 de junho, um Reels no Instagram preparando o drinque. A receita deve ser a original, mas a performance precisa ser criativa. Você decide como: com música, dança, cinema, mágica….. “Pode ser em cima de uma árvore, plantando bananeira… O mais criativo que possa fazer!”, diz Zulu.

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É necessário marcar a #banzeirochallenge25 e o @laerciozulu_.

Os donos das três melhores apresentações levarão um kit de bar, e o grande vencedor, o prêmio de R$ 1.600,00. Mas isso só vale para quem não morar na cidade de São Paulo.

Os residentes da capital paulista vão ter de participar de uma segunda etapa, a presencial, que vai rolar no dia 7 de julho no São Conrado, na Vila Madalena, a partir das 15h.

Ali, sete finalistas se apresentarão ao vivo para os jurados. O mais bem avaliado leva o prêmio de R$ 2.000,00.

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Esse evento é aberto ao público, com drinques vendidos a R$ 25,00.

“Quero potencializar o banzeiro para que caia na boca do povo”, diz Zulu.