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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Kleber Mendonça Filho conecta vida pessoal com o passado de Recife

'Retratos Fantasmas' está em cartaz nos cinemas; documentário é um registro importante de que as salas de rua são locais a serem preservados

Por Barbara Demerov
1 set 2023, 06h00
Fachada do cinema São Luiz, em Recife: personagem do filme
Fachada do cinema São Luiz, em Recife: personagem do filme (João Carlos Lacerda/Divulgação/Divulgação)
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✪✪✪✪ Existem três vértices principais em Retratos Fantasmas, novo documentário de Kleber Mendonça Filho (Aquarius e Bacurau), atualmente nos cinemas: a história pessoal do diretor, as antigas salas de exibição de filmes no centro do Recife, e o passar dos anos na capital pernambucana.

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Ao falar de si, Kleber alcança o passado de uma cidade toda, a herança cultural que ela carrega e, claro, o impacto do cinema nisso tudo. Tal conexão, que vai do pessoal ao coletivo de forma natural, é tratada de maneira bem-humorada e com riqueza de imagens de arquivo, coletadas ao longo das décadas.

Além dos cinemas, que são personagens completos, há pessoas como Alexandre, que foi projetista do cinema São Luiz e é registrado pelas câmeras. E, mesmo para quem mora em São Paulo, distante mais de 2 500 km de onde foram registradas as cenas, é fácil se identificar com o contexto todo. Afinal, a soma de verticalização do espaço urbano, abandono da região central e transformação da paisagem são também uma realidade bastante presente por aqui.

Para além da reflexão social, fala mais alto o amor pelos filmes e como eles ajudam a formar uma memória comum. Em tempos nos quais a experiência de frequentar um cinema de rua fica cada vez mais rara, Retratos Fantasmas é um registro importante de que estes são locais a serem preservados. “É muita história”, define o cineasta, durante sua sensível narração. E é mesmo.

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Publicado em VEJA São Paulo de 01º de setembro de 2023, edição nº 2857

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