Além do terror: ‘Boogeyman – Seu Medo é Real’ retrata traumas reais
Com estreia marcada para esta quinta (01), o filme acompanha uma família que precisa lidar com o luto e lutar pela própria sobrevivência ao mesmo tempo
O filme de terror Boogeyman: Seu Medo é Real chega aos cinemas nesta quinta-feira (01).
Baseado no conto do famoso autor best-seller Stephen King, o thriller conta a história da aluna do ensino médio, Sadie Harper, e sua irmã mais nova Sawyer, que sofrem com a recente morte de sua mãe e não recebem o apoio de seu pai, Will, um terapeuta que também está lidando com sua própria dor.
Quando um paciente aflito aparece inesperadamente em sua casa em busca de ajuda, ele deixa para trás uma terrível entidade sobrenatural que persegue famílias e se alimenta do sofrimento de suas vítimas.
Produzido pela 20th Century Studios e a 21 Laps, o longa é estrelado por Sophie Thatcher (Yellowjackets), Chris Messina (Aves de Rapina: Arlequina), Vivien Lyra Blair (Obi-Wan Kenobi), Marin Ireland (The Umbrella Academy), Madison Hu (Bizaardvark), LisaGay Hamilton (Vice), e David Dastmalchian (Duna).
A direção fica por conta de Rob Savage (Cuidado Com Quem Chama), com roteiro de Scott Beck & Bryan Woods (Um Lugar Silencioso) e Mark Heyman (Cisne Negro).
Além do terror clássico, com monstros dentro do armário ou embaixo da cama, Boogeyman: Seu Medo é Real retrata temas mais profundos e complexos, como o luto. Confira!
Dor do luto
O ponto inicial do filme se dá a partir da perda de um ente querido, quando as irmãs Sadie (Sophie Thatcher) e Sawyer Harper (Vivien Lyra Blair) tentam se recuperar da recente morte trágica de sua mãe, enquanto veem seu pai se distanciando cada vez mais, ao tentar lidar com a própria dor.
“Esses membros da família vivem sob o mesmo teto porém completamente separados. Eles estão processando sua dor individualmente, sem falar um com o outro, sem validar as experiências um do outro, o que cria essa coisa que cresce e se alimenta de suas crises isoladas. A única maneira de superar isso é compartilhando uns com os outros o que estão sentindo. Acho que essa é a única maneira de qualquer um de nós superar o luto.” comenta Rob Savage.
A perda da infância
Sadie é uma adolescente de 16 anos que acaba se sentindo obrigada a crescer com a perda da mãe, mas fica frustrada por não ser levada a sério, como uma adulta. Ela acaba acolhendo as queixas de sua irmã mais nova, quando Sawyer revela que está vendo o bicho-papão, mas Sadie fica dividida entre se manter racional e acreditar nela.
Savage explica que “Sadie era a personagem mais interessante, porque ela estava pressionada pelo mundo da infância e pelo mundo adulto. E o bicho-papão existe em ambos os mundos, como medo na infância e ceticismo dos pais. Ela está bem no meio disso”.
Uma casa cheia, porém, vazia
O pai de Sadie e Sawyer, Will Harper (Chris Messina), é um terapeuta bem-sucedido, mas que, ironicamente, tem muita dificuldade em se conectar com suas filhas. Sua incapacidade de se abrir e falar sobre a perda devastadora da mãe delas está destruindo sua família, e a “chegada” de uma criatura sobrenatural em sua casa só faz com que ele se afaste ainda mais delas.
Segundo Mark Heyman, roteirista, “a construção dessa criatura mitológica e sobrenatural levou a um monstro que personifica o luto, um inimigo encarnado que pega a dor dessa experiência e a transforma em metástase. É algo que pode estragar a sua casa e destruir a sua vida”.