Felipe Bronze assina o menu do Taraz, no hotel Rosewood. Leia a crítica
A cozinha, que expede receitas sul-americanas, é tocada no dia a dia por Carol Albuquerque
O logradouro chama atenção. Com cozinha do chef carioca Felipe Bronze (o mesmo do Pipo, no Museu da Imagem e do Som), o Taraz ocupa um pedaço do térreo da antiga Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, transformada em parte do primeiro hotel da cadeia de luxo Rosewood no Brasil. O restaurante, integrante do complexo Cidade Matarazzo do francês Alexandre Allard, bomba desde a inauguração, e quem não tem reserva pode esperar até duas horas por uma mesa — os lugares se distribuem pelo salão com cozinha aberta e também pela varanda e entre as 25 oliveiras trazidas do Uruguai (urge que as raízes das árvores tenham aberturas maiores no piso).
No dia a dia, a cozinha é tocada pela gaúcha Carol Albuquerque, que traz no currículo uma longa passagem pelo Maní e outra de pouco mais de um ano pelo Chez Claude. A proposta do menu, apresentado por uma equipe competente e gentil, é um passeio por receitas sul-americanas e quase tudo dá certo. Nada mais simpático que ser recebido com um drinque de boas-vindas de cortesia (composto de cachaça, limão e shrub, uma espécie de xarope, de uva e amêndoa na noite da minha visita).
Receitas que têm seu encanto: o excelente tiradito de camarão com chuchu na forma de picles e de lâminas tostadas, caldo de huacatay com jalapeño e trevo (R$ 70,00), numa espécie de reinterpretação andina do clássico carioca camarão com chuchu, e a caprichada tortilha de banana-da-terra verde e farinha de raspa de mandioca com pato no tucupi com coalhada de ovelha, abacaxi tostado, salada de cebola roxa e coentro ao lado de molho de pimentas, pimentão, tomate e tamarindo (R$ 65,00).
Nessa mesma linha pop e agora mais botequeira, o choripán, tradicional sanduíche de linguiça da Argentina e do Uruguai, aparece em versão míni com embutido artesanal de cordeiro besuntado de chimichurri e aïoli no brioche de mandioca (R$ 40,00 o par). Como alertei antes, nem tudo funciona bem. A decepcionante costela de angus desfiada acebolada na chapa com farofa de biju (R$ 95,00), por exemplo, chegou quase ressecada e nem todas as guarnições ajudaram. Os chips de batata-doce laranja estavam salgados e o vinagrete de banana-da-terra melhorou um pouco a aridez.
Felizmente, uma das melhores confeiteiras da cidade, a gênio do açúcar Saiko Izawa, responde pelas ótimas sobremesas. Embora não seja exatamente bonita, a tarte tatin, aquela torta invertida criada pelas irmãs Tatin na França, tem uma variação de caju com castanha caramelada da própria fruta mais sorvete artesanal de baunilha brasileira (R$ 55,00) e é daqueles doces que fazem do fim de uma refeição um sonho. Caro, por sinal.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Taraz
Rua Itapeva, 435 (Rosewood São Paulo), Bela Vista, telefone 3797-0540.
Das 12h até 16h e das 19h até 23h30 (sábado e domingo sem intervalo; fecha segunda).
Tem acessibilidade
rosewoodhotels.com.
Faixa de preço: $$$ (R$ 226,00 a R$ 395,00)
Veja o cardápio:
+Assine a Vejinha a partir de 9,90.
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de agosto de 2022, edição nº 2802
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