Caco, em Pinheiros, tem menu meio italiano, meio misturado com o mundo
Com menos de vinte itens no cardápio, o restaurante do chef Victor Senna costuma lotar. Leia a crítica

Menos de vinte itens compõem o cardápio do Caco, mais um dos novos restaurantes que adotaram Pinheiros como sede. São sugestões criadas por Victor Senna, 32, servidas desde fevereiro em um sobrado de 200 metros quadrados, todo branquinho e de tijolos à vista, imóvel que ainda resiste no bairro mutante.
Ele estudou administração para só depois assumir a paixão pela cozinha e ingressar no curso de gastronomia. Naquela época, vieram estágios em restaurantes como o extinto Side, comandado pelo chef Thiago Maeda, hoje responsável culinário pelos sucessos Koya88, Bagaceira e Krozta.

Antes de montar o negócio de estreia em sociedade com Matheus Lisboa, Victor, nascido em São Paulo e criado no Mato Grosso, refinou conhecimentos em gestão nos bastidores de um projeto desenvolvido no Grupo Bullguer.
Do menu do Caco, um tanto italiano e um tanto misturado com o mundo, impressiona uma das entradas, que como os demais pratos, é sugerida para partilhar.
Trata-se do jiló gratinado, uma hortaliça amarga e com poucos fãs (eu, particularmente, adoro), mas que fica uma delícia com uma bem-vinda camada da pasta de soja fermentada missô com mel e mostarda em grãos (R$ 46,00).

Ainda no terreno dos petiscáveis, o tempurá de peixe, que varia entre dourado do mar e pargo, ganha uma capa delicada de farinha de trigo, mas não tão fina quanto a receita original japonesa, aïoli para besuntar e pó de alga nori (R$ 52,00).
O passo seguinte pode ser o sacotini de cordeiro (R$ 74,00), uma trouxinha de massa recheada de ragu de pescoço ao molho demi glace da própria carne mais um bem-vindo fio de óleo com infusão de hortelã.

Empanada e frita até ficar dourada e crocante, a porcoletta (R$ 65,00) é um prime rib suíno com salada coleslaw de repolho e maçã verde. Tem ainda a adição de mostarda em grãos.
Não é exatamente bonita a língua de boi cozida em baixa temperatura e finalizada na brasa (R$ 65,00), mas traz uma explosão de sabor. Ganha de companhia polentinha frita e salada de ervas.

Senna mostra talento ainda com a sobremesa: bolo chiffon de limão-siciliano, macio como deve ser, com uma cobertura de zabaione e pistache mais calda diabolicamente alcoólica de limoncello (R$ 39,00).
Um aviso: como o lugar costuma lotar, faça reserva ou chegue cedo.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Caco
Rua Artur de Azevedo, 496, Pinheiros, telefone 97052-9007. 19h/23h (sáb. também almoço 12h/16h; dom. 12h/16h; fecha seg.). Aberto em 2025. $
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de maio de 2025, edição nº 2944.
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