Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato

O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

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COMER E BEBER

Osso, de origem peruana, leva mais uma vez o prêmio de melhor carne

Pelo segundo ano consecutivo, a casa do Itaim Bibi fatura o título do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2024/2025

Por Arnaldo Lorençato SEGUIR SEGUINDO
5 set 2024, 22h48

Mesa de mármore cinza esverdeado com menu degustação completo por cima concentrado mais ao lado esquerdo. Com panelinha de ferro com diferentes tipos de carnes e guarnições.

Um fenômeno de qualidade, o Osso aberto pelo açougueiro peruano Renzo Garibaldi em sociedade com o empresário Alexandre Mora e o filho dele Guilherme Mora, responsável pela administração no dia a dia, conquista pelo segundo ano consecutivo o título de melhor endereço para saborear carnes de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER.

Recebe o nome “de roer o osso” uma ótima novidade: um menu degustação de nove etapas (R$ 350,00), servido para todos da mesa e apenas no jantar. O desfile de pratos para carnívoros tem no abre-alas um peixe, a cavala defumada na forma de ceviche com purê de abacate também defumado, milho e bem-vindos brotos de coentro. Mas só nesse primeiro passo.

Em seguida, provam-se carnes em múltiplas expressões. O carpaccio de carne dry aged vem com molho de maionese e óleo de gergelim, purê de abacate defumado, milho moído e alcaparra frita. O slider é um delicioso mini-hambúrguer do dianteiro do boi maturado por vinte dias com queijo gruyère e bacon crocante no pão de ciboulette.

O trio de linguiça traz, além das tradicionais italiana carregada em condimento e a picante, uma diferente agridoce com xarope de maple. Bem tostado de um dos lados, o filé-mignon nada em um equilibrado molho de ostra e shoyu de pegada oriental. Não pode ser mais saboroso o porco maturado por quarenta dias na companhia de purê de batata e bacon.

Clássico da casa, o arroz de tutano vira escolta para a ótima vaca velha de 100 dias. Acabou? Só depois da sobremesa, um sorvete de leite perfumado com baunilha junto de merengue que faz lembrar uma pav lo va mais chantili batido na hora.

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É doce para comer inteiro e fazer cara feia se alguém pedir uma colherada. A experiência só é tão boa graças ao trabalho da jovem subchef Isabella Italla, 25, que comanda o restaurante na ausência de Garibaldi (ou seja, quase sempre), e da gentileza da gerente Neide Pedrosa no atendimento. Duas mulheres que fazem a diferença no Osso.

Avaliação: BOM (✪✪✪)

Osso
Rua Bandeira Paulista, 520, Itaim Bibi, ☎ 3167-3816 (108 lugares). 12h/15h e 19h/23h (sex. e sáb. sem intervalo até 0h; dom. só almoço até 18h). Rolha (R$ 120,00) Tem acessibilidade. Aberto em 2022. $$$

Publicado em VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER de 6 de setembro de 2024, edição nº 2909.