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“Bate-cabeça” de órgãos da prefeitura empaca obra na avenida Santo Amaro

Em metade do tempo estipulado, apenas 20% das melhorias foram realizadas; quem sofre são as 230 000 pessoas que passam por lá todo o dia

Por Clayton Freitas
11 ago 2023, 06h00
Restrição: obra só pode ocupar duas faixas
Restrição: obra só pode ocupar duas faixas (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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A demora nas obras de um trecho da avenida Santo Amaro, na Zona Sul, acendeu o alerta do Tribunal de Contas do Município (TCM). Prevista para durar dois anos, a requalificação avançou apenas 20% nos primeiros 13 meses. No dia 2, o órgão pediu à prefeitura que encontre, em 15 dias, maneiras de acelerar a empreitada e minimizar os transtornos a comerciantes, moradores e às mais de 230 000 pessoas que circulam pela região diariamente. Há indícios, porém, de que a lentidão seja consequência de uma “batida de cabeças” na própria gestão municipal.

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Ao custo de 74 milhões de reais, a obra vai readequar um trecho de 2,7 quilômetros entre as avenidas Presidente Juscelino Kubitschek e Bandeirantes, que corta bairros nobres como Itaim Bibi, Vila Olímpia, Vila Nova Conceição e Moema. O contrato prevê um novo pavimento, o enterramento de redes de fiação e melhorias na iluminação e na drenagem urbana.

A CET autorizou o bloqueio de apenas duas das seis faixas da avenida para o serviço — as duas centrais. A SPObras, no entanto, alega que precisa de ao menos quatro faixas para que a obra seja feita no ritmo adequado. Em uma sessão plenária do TCM, no dia 2, o conselheiro Domingos Dissei pediu que os dois órgãos se entendam sobre a divergência. “Que façam em carater de urgência uma reunião entre a CET e a SPObras para resolver a questão. [No compasso atual, a requalificação] vai dobrar [de duração] e aí você tem um acréscimo muito grande no valor”, ele afirmou.

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Movimentada e frequentemente caótica, a Santo Amaro não será tarefa fácil para os técnicos de trânsito durante o quebra-quebra. “Fechar quatro faixas iria inviabilizar a passagem da frota de veículos que usa a avenida, inclusive para o acesso de moradores”, diz Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela USP.

Transtorno: “Tem carro que precisa lavar três vezes”, diz polidor
Transtorno: “Tem carro que precisa lavar três vezes”, diz polidor (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Na região, Vejinha viu poucos orientadores de trânsito, máquinas de obra paradas, trânsito confuso (motos sobem nas calçadas, ônibus batem nos gradis de bloqueio) e diversos transtornos. “Tem carro que precisamos lavar três vezes”, diz o polidor de automóveis Luciano da Costa, de uma oficina na avenida. A prefeitura informa que apresentará ao TCM uma solução sobre a metodologia construtiva — e um novo prazo de entrega.

Publicado em VEJA São Paulo de 16 de agosto de 2023, edição nº 2854

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