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Ir ao cinema virou filme de terror?

Antes um refúgio e uma breve pausa da vida real, agora as salas de cinema podem ser um ambiente bem estressante para parte do público

Por Barbara Demerov
Atualizado em 10 ago 2023, 18h32 - Publicado em 10 ago 2023, 17h18

Pegar a fila. Comprar o ingresso. Comprar a pipoca. Entrar na sala e esperar para ser “transportado” a outro mundo – mesmo que por apenas duas horas. Esse tipo de ritual, muito comum para os cinéfilos há décadas, foi diretamente afetado pela pandemia ao longo de mais de dois anos.

A tradição de fazer todas essas etapas acima ficou perdida num limbo e, só em 2023, vimos a normalidade voltar a dar as caras. Mas o “novo normal” trouxe questões que andam incomodando cada vez mais os espectadores adeptos ao silêncio e a tranquilidade quando no escurinho do cinema.

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Nos últimos anos, muitos de nós nos acostumamos a assistir a filmes e séries no sofá de casa. Longe do cinema – lugar coletivo que pode abrigar até mais de 300 pessoas em uma só sessão -, que ficaram fechados durante boa parte da pandemia, não havia mais a preocupação de fazer pequenas pausas para olhar o celular ou conversar com a família ou amigos. Não há nenhum crime nisso. Afinal, o espaço da “sessão” era particular.

Só que o fim da pandemia já foi decretado e, pelo jeito, esse comportamento que deveria ser temporário não só se manteve como também foi parar em espaços comunitários. Agora, o “novo normal” é comprar o ingresso para passar nervoso.

Conversas paralelas na fileira do lado, na da frente ou na de trás. Conversas no WhatsApp (às vezes, com o celular no brilho máximo). Um ou outro “shhhh…” seguido de silêncio temporário. Se você ainda não viu ou passou por nenhuma dessas situações, meus parabéns, você tem sorte!

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É nessa roleta-russa que a experiência de imersão prometida pelos cinemas vai se perdendo cada vez mais, dando espaço para sessões estressantes que até podem acarretar em barracos – como foi visto no Shopping Bourbon, em 20 de julho, quando uma jovem foi agredida por uma senhora após reclamar de barulho durante a sessão de Barbie.

O Barbenheimer (estreia simultânea de Barbie e Oppenheimer, que levou milhares de pessoas de volta às salas comerciais), aliás, provou esse ponto.

“Eu não tenho vontade de ir ao cinema por isso”, me conta um seguidor do Instagram que costumava conferir lançamentos com mais frequência antes das conversas se tornarem mais rotineiras. “Eu quero chorar e brigar com todo mundo quando as conversinhas começam”, diz outra. Outro relato, agora de uma sessão de Missão Impossível – Acerto de Contas Parte I, narra que uma mulher chegou a enviar diversos áudios no WhatsApp durante o filme.

Os filmes de terror também não passam longe desse “novo normal”. Na última segunda-feira (07), na pré-estreia do assustador Fale Comigo, a produtora de conteúdo e influenciadora Patricia Gomes sofreu com conversas paralelas na fileira de trás.

Depois, ela foi às redes sociais desabafar sobre esse tipo de comportamento que, pasme, acontece hoje até mesmo em sessões especiais para imprensa e influenciadores. “Agora eu sinto que as pessoas estão mais corajosas para revidar. Como se fosse direito delas falar no cinema”, diz.

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O cinema está se tornando uma barulhenta sala de estar coletiva. Mas garanto que, para boa parte dos cinéfilos, o preço do ingresso (que pode ser bem salgado, por sinal) também deveria incluir sossego para curtir a experiência.

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