Simone Pedra: cuidado já na gestação
A especialista que se tornou a segunda mãe de um de seus pacientes
Grávida de sete meses, a professora Eudeslene Costa descobriu que seu bebê, Lorenzo, possuía uma deficiência na válvula aórtica, um problema que exigiria cuidados pelo resto da vida. “Só não imaginei que o tratamento iria começar antes mesmo do nascimento”, conta. Semanas depois da notícia, em setembro de 2009, ela se submeteu a uma intervenção fetal. “Nunca tinha ouvido falar nisso, mas estava disposta a qualquer coisa para salvar meu filho.” Ainda pouco divulgado, o procedimento é feito por meio de uma agulha que chega ao coração do feto para corrigir falhas congênitas. Quem apresentou a possibilidade para a professora foi Simone Pedra, coordenadora da Unidade de Cardiologia Fetal do Hospital do Coração (HCor). “Deu tudo certo. Desde então, sinto que ela não é só uma segunda mãe para o Lorenzo, mas também para mim”, afirma Eudeslene. Desde 2007, o HCor passou a investir nessa sofisticada técnica, e soma atualmente 22 casos de sucesso. “Estamos entre os principais centros dessa nova especialidade no mundo”, orgulhase Simone. As técnicas não eliminam as patologias dos pacientes, mas diminuem sua gravidade. “Nosso grande objetivo é melhorar a qualidade de vida desses bebês quando adultos e evitar cirurgias mais invasivas”, explica Ieda Jatene, chefe do Serviço de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica do hospital e uma das fundadoras do programa coordenado por Simone. Tanto conhecimento tem seu efeito colateral no plano pessoal. “Ao ficar grávida pela segunda vez, eu fazia ultrassom na minha barriga todos os dias, até ter certeza de que estava tudo bem”, diz Simone.
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