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Projeto público capacitará e dará renda a 10 000 pessoas em situação de rua

Programa fruto da parceira entre estado e prefeitura pretende dar capacitação e emprego temporário pelo prazo de cinco meses

Por Clayton Freitas
29 jul 2022, 06h00

Frequentador do centro de acolhida Casa República, na Zona Leste da capital, Chico, de 46 anos, diz que finalmente voltará a fazer o que gosta: mexer com a terra. Desconfiado, ele prefere não dar seu nome completo e diz que logo estará ganhando um “dinheirinho”, já que foi um dos inscritos para receber uma bolsa durante cinco meses para prestar serviços à prefeitura, onde pretende trabalhar na zeladoria dos parques.

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Ele é um dos cerca de cinquenta Franciscos, de uma lista de cerca de 10 000 nomes, que já foram pré-selecionados para integrar um projeto que pretende dar capacitação e emprego temporário a pessoas em situação de rua. Fruto de uma parceria entre os governos estadual e municipal, o projeto consiste em dar treinamento e uma bolsa-auxílio de 540 reais ao mês pelo prazo de cinco meses, de agosto a dezembro deste ano.

28 milhões de reais é o valor a ser investido no projeto, que tem duração de cinco meses e pagará 540 reais/mês

Essas pessoas atuarão em diversas frentes, que incluem serviços como os de zeladoria da cidade. A carga horária de trabalho é de 20 horas semanais. Quem está fazendo a seleção e fará a operacionalização e capacitação será a prefeitura. O investimento a ser bancado pelo governo estadual é de 28 milhões de reais.

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“A inovação no caso da capital é que é um volume expressivo, e destinada a uma população específica”, afirma Laura Müller Machado, secretária de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. O convênio com o município é previsto em uma lei estadual de maio de 2021, que unificou os programas de transferência de renda do estado e criou o Bolsa do Povo, com parcerias em toda a região.

No caso da capital, os critérios para participar incluem ter 18 anos, renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa e estar desempregado. Segundo o último censo da prefeitura, a perda de trabalho ou renda foi o motivo que levou 28,4% dessas pessoas para as ruas. O mesmo estudo indicou ainda que 42,8% não trabalham.

“O desafio das pessoas em situação de rua na capital é crescente e cada vez mais delicado”, afirma a secretária. Ela diz que as bolsas-auxílio servem como uma forma de incentivo para que a pessoa consiga retornar ao mercado de trabalho após a capacitação e experiência, e que é possível ampliar a quantidade de vagas.

O número de pessoas vivendo nas ruas da capital chegou a 31 884 ao fim de 2021, o que representa um aumento de 31% em relação ao último censo, que indicou 24 344 nessa situação. Cálculos extraoficiais indicam que o número pode passar de 60 000.

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de agosto de 2022, edição nº 2800

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