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“O senhor bota a mão no fogo pelo seu vice?”, questiona Boulos a Covas

A pedido da Vejinha, candidato do PSOL fez cinco perguntas duras ao adversário, que respondeu sobre Ricardo Nunes, reforma do Anhangabaú, Covid e moradia

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 nov 2020, 12h39 - Publicado em 27 nov 2020, 12h22

A pedido de VEJA SÃO PAULO, o candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) fez cinco perguntas duras e bem específicas sobre a cidade de São Paulo ao seu adversário Bruno Covas (PSDB). Covas também perguntou a Boulos e a Vejinha ainda fez mais dois questionamentos para cada candidato.

A população acha suspeito que o governo do estado, que o apoia, tenha parado de divulgar os dados relacionados às mortes por Covid no meio da campanha eleitoral. O que o senhor acha disso?

A Secretaria Municipal de Saúde divulga boletins diários com dados da pandemia. Inclusive, São Paulo é uma das poucas cidades que divulga não apenas o número de óbitos por data de notificação como também por data de ocorrência. Já foram publicados mais de 240 boletins. Causa surpresa que a candidatura do PSOL conteste os dados do Comitê de Crise e da Vigilância Sanitária da cidade, engrossando as fileiras do negacionismo.

Gostaria de fazer novamente uma pergunta que ainda não me respondeu: o senhor bota a mão no fogo pelo seu vice?

Ricardo Nunes já fez mais pela cidade do que muitos daqueles que o criticam neste momento eleitoral. São oito anos de atuação correta como vereador, quando, inclusive, liderou, junto com outros parlamentares, uma CPI que enfrentou grandes bancos e recuperou 1,2 bilhão de reais para a cidade, investidos na melhoria da vida dos paulistanos. Ele não responde a nenhum processo judicial, nem há denúncia alguma apresentada contra ele. Assim como outros vereadores de vários partidos e orientações ideológicas, dedica parte de sua atuação a ampliar a oferta de creches na cidade, o que é legítimo e desejável. E é bom lembrar: todos os contratos citados nas notícias que tentam fazer ilações a meu vice foram firmados pela administração anterior. Agora, faço um desafio ao candidato adversário: oriente a bancada de seu partido, o PSOL, a investigar a fundo e a sério os contratos que acusam de irregularidades. Se acharem alguma coisa, eu descredencio a creche na hora. Se não acharem nada, assumam o compromisso de ir à tribuna e dizer que os contratos são regulares, legais e corretos.

Qual a urgência de gastar quase 100 milhões de reais na reforma do Vale do Anhangabaú enquanto quase 25 000 pessoas dormem todos os dias na rua em São Paulo, muitas delas no próprio Anhangabaú?

Essa pergunta ilustra a diferença entre quem só olha o curto prazo e quem busca um horizonte mais amplo. A obra vinha desde a gestão passada e obra inacabada é o que de pior existe para o orçamento público. A verba destinada no orçamento era para a reforma do Anhangabaú e não para outros fins. A obra gerará empregos e oportunidades inclusive para muitas dessas pessoas que hoje, infelizmente, estão nas ruas e, com os eventos promovidos na região, poderão ter uma vida nova, com dignidade e trabalho. Será a nova Avenida Paulista da cidade.

Por que o senhor insiste em dizer que pegou a cidade quebrada, com um rombo em caixa, sendo que todas as agências de checagem já o desmentiram?

Agência de checagem não é autoridade fiscal nem orçamentária. De qualquer maneira, não é de estranhar que quem não tem nenhuma experiência administrativa, quem nunca ocupou um cargo público, não tenha conhecimento da gestão orçamentária do município. O orçamento herdado da gestão do PT estava totalmente desequilibrado, maquiado. Tinha 5 bilhões de reais em receitas superestimadas e 2,5 bilhões em despesas subestimadas. Previa, por exemplo, 2,7 bilhões de transferência de capital da União, quando somente 642 milhões chegaram aos cofres municipais. É o velho jeito do PT de lidar com o orçamento público, o que, pelo visto, o candidato do PSOL endossa. No plano federal, a irresponsabilidade fiscal da Dilma resultou na maior recessão da história, cujos efeitos o país sofre até hoje.

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Por que o senhor diz ter feito um recorde de 25 000 unidades habitacionais, sendo que as agências de checagem já desmentiram essa informação e mostraram que apenas 14 300 foram entregues?

De novo, a velha mania de achar que só vale o que o poder público executa. Para resolver o sério e amplo problema de moradia na cidade, temos de lançar mão de todo e qualquer instrumento, em especial a parceria com o setor privado, que consegue executar obras rápido. A prefeitura não apenas entregou mais de 14 000 casas e apartamentos como incentivou, com a isenção de taxas e do pagamento da outorga onerosa, a construção de outras 28 700 habitações de interesse social pela iniciativa privada. Dessas, mais de 14 000 já foram entregues. É o mesmo que tivéssemos aportado diretamente o dinheiro, só que mais rápido e efetivo. A diferença é que as famílias contempladas pela nossa política de isenções já estão morando nas unidades e não ainda esperando na fila, como parece preferir o adversário.

É o velho jeito do PT de lidar com o orçamento público, o que, pelo visto, o candidato do PSOL endossa. No plano federal, a irresponsabilidade fiscal da Dilma resultou na maior recessão da história, cujos efeitos o país sofre até hoje

Covas

 

Bruno Covas
(CNN Brasil/Kelly Queiroz/Divulgação)

VEJINHA PERGUNTA:

Covas, o senhor vai cumprir o próximo mandato na íntegra? Se compromete a não sair candidato em 2022 a governador ou a presidente?

Primeiro é preciso ter do eleitor a confiança do seu voto. Se eu for reeleito no próximo dia 29, só voltarei a disputar eleição em 2026.

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O Programa de Metas prevê a requalificação da Avenida Santo Amaro, o que não houve. O mesmo ocorreu na Estrada do M’Boi Mirim, em parceria com o governo do estado. O senhor tem planos de qualificações de outras avenidas? Se sim, quais?

Algumas das obras previstas não andaram na velocidade de que gostaríamos porque tivemos de refazer contratos defeituosos herdados da gestão do PT. Defeituosos e, em alguns casos, irregulares, que estão sob investigação dos órgãos competentes. A estrada do M’Boi Mirim já teve convênio assinado entre prefeitura e Der para ser executada junto com o governo do estado. Ainda na área de mobilidade na Zona Sul, além da nova ponte graúna-gaivotas, vamos inovar implantando o Aquático, transporte por barcas do Cantinho do Céu até a Pedreira, integrado ao Bilhete Único. Na Zona Leste, vamos concluir o Corredor Leste Itaquera e tirar o BrT da Avenida Aricanduva do papel. O Complexo Pitiruba-Lapa, aguardado há décadas, será concluído.

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Publicado em VEJA São Paulo de 02 de dezembro de 2020, edição nº 2715

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