Rede gaúcha ocupa prédio do hotel Matsubara com projeto que une culturas
Além do projeto arquitetônico com elementos nipônicos, o Stilo São Paulo tem um restaurante com cardápio que mistura pratos brasileiros e japoneses
O clássico encontra o contemporâneo no novo hotel Stilo São Paulo, localizado no Paraíso. A rede gaúcha Laghetto chegou à capital paulista em 2022 e ocupou o edifício onde funcionou o hotel Matsubara, que fechou em março de 2021. A empresa se instalou no prédio com mais de 160 quartos em agosto do ano passado e começou a operar em esquema de soft opening em novembro — está parcialmente em obras, com previsão de conclusão para o segundo semestre de 2023.
O novo projeto traz elementos modernos de infraestrutura e mantém características do antigo design nipônico. Inaugurado em 2004, o Matsubara recebeu autoridades governamentais, delegações esportivas e executivos de diversos países. O encerramento das atividades veio em decorrência da pandemia, que impactou diretamente o setor hoteleiro. À época, os proprietários não comentaram sobre o fechamento.
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Com a nova locadora do espaço, os interiores ganharam móveis modernos e mais tecnologia. “Entramos com uma proposta de fazer retrofit, para reconstruir o hotel com a hospitalidade gaúcha”, afirma Antônio Britto, gerente-geral da unidade. “Os dois hotéis são bem diferentes, mas há uma essência que foi mantida.”
O salão principal, que segue o modelo de átrio, com elevadores panorâmicos e vista para os corredores, é um dos grandes chamarizes arquitetônicos que foram preservados. Outros exemplos são o jardim japonês, as armaduras e espadas de samurai, as estátuas e a disposição do bar.
O setor de alimentos e bebidas, próprio da empresa, também é um resultado da combinação de culturas. “Montamos um cardápio diversificado. Temos cuca, que é um bolo regional do Sul, e bolinhos de feijão, tradicionais da cultura japonesa, além de itens clássicos de São Paulo, como bolo de chocolate e brigadeiro”, explica Britto.
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Ainda falta concluir a reforma das áreas de lazer e eventos, mas a reabertura mostra sinais de sucesso: a empresa afirma ter operado com 60% da ocupação total em janeiro. “Estamos recebendo hóspedes antigos, como o público japonês e de investidores, que têm elogiado o novo produto”, diz. A previsão de faturamento é de 16 milhões no primeiro ano de operação. “Temos um projeto de expansão da rede. Acredito que não será o único hotel da empresa por aqui”, acrescenta o gerente-geral.
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Publicado em VEJA São Paulo de 1° de março de 2023, edição nº 2830