Gripe H1N1 mata três vezes mais no estado que em 2015

Trinta e oito pessoas morreram neste ano; diante de surto, Ministério da Saúde antecipa vacinação contra a doença

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 19h11 - Publicado em 29 mar 2016, 10h29
Vacina
Vacina (Thinkstock/Veja SP)
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O surto antecipado de gripe H1N1 no estado de São Paulo já matou 38 pessoas neste ano – oito delas na capital. Em todo o ano passado, a doença havia causado dez mortes no estado, sem nenhum registro na capital paulista. Somente nos três primeiros meses deste ano, esse tipo de gripe fez três vezes mais vítimas do que em todo o ano passado.

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Os óbitos se referem a pacientes que desenvolveram a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), doença que pode ser causada por diversos agentes infecciosos, principalmente pelos vários tipos de vírus influenza. Somados todos os agentes, a síndrome causou 42 mortes neste ano no Estado.

O número de casos de SRAG provocados pelo H1N1 notificados neste ano no estado também teve um salto em relação a 2015: 260, ante 33. Na capital, os registros passaram de 1 para 66 no mesmo período.

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Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, sete dos oito mortos na capital por H1N1 apresentavam alguma doença crônica ou condição que os tornavam mais suscetíveis a complicações. Fazem parte dos grupos de risco idosos, gestantes, crianças e portadores de problemas como diabete e hipertensão.

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Dos oito mortos, três eram pacientes de hospitais privados, quatro, de unidades estaduais, e um, de um centro médico da prefeitura.

De acordo com o secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha a antecipação do surto desse tipo de gripe, que costuma ocorrer somente no inverno, está provavelmente relacionada à maior disseminação do mesmo vírus nos países do Hemisfério Norte durante o inverno, ocorrido entre dezembro e março – verão no Brasil.

“Certamente isso está relacionado a pessoas que circularam entre novembro e janeiro no Hemisfério Norte, no inverno de lá, e trouxeram, de uma certa forma, o vírus H1N1 para o nosso meio, e ele está circulando mais por aqui também”, disse.

Diante da antecipação do surto de gripe H1N1 identificada em São Paulo, o Ministério da Saúde vai permitir a antecipação da vacinação contra a doença. Ao contrário do que ocorria em outros anos, estados interessados poderão começar a imunizar grupos considerados mais vulneráveis antes da campanha nacional, que terá início em 30 de abril.

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Assim que o imunizante começar a chegar nos estados, a vacinação já poderá ser feita, a critério de cada governo. Em São Paulo, o primeiro lote está previsto para ser liberado nesta sexta-feira (1) – nos demais Estados, a partir de segunda (4).

Na semana passada, com o aumento do número de casos, o governoe estadual solicitou ao Ministério da Saúde o envio de doses da vacina usadas durante a campanha de 2015. Elas foram aplicadas, em caráter emergencial, na cidade de São José do Rio Preto, onde a situação era considerada mais grave. Essa ação teve como objetivo proteger apenas contra o H1N1. Mas os pacientes que receberam o imunizante deverão ainda, em data a ser definida pelo governo, receber o produto mais atual.

O imunizante contra a gripe tem sua composição alterada todos os anos. Ele é feito com base em uma combinação de cepas do vírus da gripe que mais circularam durante o inverno no Hemisfério Norte. Comparando com 2015, duas outras cepas do vírus influenza foram modificadas. “Isso significa que protege contra H1N1, mas não tem a mesma eficácia em relação às outras cepas”, disse Boulos.

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A antecipação traz um efeito colateral: os efeitos do imunizante se estendem pelo período de um ano. Isso significa que, quanto mais cedo a vacina for usada, mais cedo a pessoa se tornará suscetível. “Temos consciência disso. Mas temos uma fogueira queimando. O incêndio tem de ser apagado agora”, disse Boulos.

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A vacina contra a gripe é produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, essa é a razão para o governo paulista receber o imunizante antes de outros Estados. No caso do restante do País, o produto é enviado para Brasília, que se encarrega de fazer a distribuição.

Ao todo, serão seis remessas do imunizante. As primeiras três deverão ser feitas entre os dias 1º e 15 de abril. Nesse período, serão distribuídos 25 milhões de doses, o equivalente a 48% de toda a demanda. São Paulo vai receber neste período 5,7 milhões.

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Boulos afirmou que a prioridade na vacinação será dada para grupos de risco na Grande São Paulo – ou seja, para idosos, pessoas com doenças pulmonares ou problemas cardíacos e gestantes.

A mudança da estratégia para vacinação deste ano para H1N1, no entanto, é feita com uma condição. Os Estados deverão reservar pelo menos 30% do total do imunizante para usar no Dia D (30 de abril). O Ministério da Saúde julga indispensável manter a campanha, que todos os anos tem potencial para atingir grande parcela do público-alvo.

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