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Advogado destituído da OAB diz que aborgadem “assustou um idoso”

Alberto Carlos Dias afirma que guardas pegaram de surpresa alguém que "por acaso é desembargador"

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 21 jul 2020, 19h03 - Publicado em 21 jul 2020, 18h56

O advogado Alberto Carlos Dias foi destituído do cargo que ocupava na OAB de Santo André. Ele publicou nota de apoio a Eduardo Siqueira, desembargador que rasgou uma multa após abordagem de guardas em Santos, no litoral de São Paulo. Siqueira chamou um dos agentes de analfabeto. “A minha destituição é o clamor da opinião pública”, diz Dias.

Na manifestação, Alberto diz que a conduta do desembargador foi “retratada indevidamente pelos veículos de comunicação, com o fito apenas em impingi-lo como autoritário” e que “trata-se de uma pessoa idosa que fora abordada de maneira abrupta”.

A postagem ganhou repercussão e fez a presidente da subseção, Andréa Tartuce, tomar a decisão de destituí-lo da presidência da Comissão de Direito dos Refugiados e Migrantes em Santo André.

O advogado se defende dizendo que a opinião publicada era pessoal. “A opinião não era da OAB. Pelo contrário, não coloquei emblema [da OAB na nota]. A minha comissão tem três membros e eles concordaram.” Ele diz ainda que, atualmente, “emitir opinião tornou-se inviável”.

Dias diz que não conhece Siqueira, apenas as decisões dele. “Nunca vi, não conheço. Conheço julgados dele porque tá na jurisprudência. Conheço decisões e elas sempre primam pela justiça social. Me parece uma pessoa ponderada”.

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Na visão do advogado, a abordagem dos guardas foi errada e assustou um idoso que “por acaso é desembargador”. “O guarda veio filmando, ele veio devagar, isso assusta, ser seguido na rua. Tem jeito de fazer as coisas. Primeiro ele fala para colocar a máscara. Os caras são fortes, assusta, o jeito que eles descem do veículo assusta também”, disse.

“Me parece que os guardas esperavam a atitude dele para se autopromover. Só que ele era desembargador. E se fosse um cidadão comum?”

Ele diz que há uma insatisfação popular com o que chama de “desmandos de agentes estatais” e não vê semelhança entre o caso do desembargador e do casal que humilhou Flávio Graça, da Vigilância Sanitária do Rio. “O que vejo no senhor abordado é que ele explicitou que decreto não é lei. Um julgador antigo que antes de tudo temos que respeitar”, afirma.

“Temos que respeitar, sobretudo à pessoa idosa. Minha sogra fala absurdos, mas eu relevo, tem 90 anos. A tolerância da pessoa de mais idade é menor.”

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Sobre o uso de máscara, ele diz que acha necessário, principalmente em ambiente fechado, “agora, numa praia aberta é desnecessário. Nenhuma chance de ele contaminar ninguém. Estão querendo demonizar o cara e isso deve ser vedado.” [a Organização Mundial da Saúde diz que as máscaras devem ser usadas em público para ajudar a impedir a propagação do coronavírus]

Dias diz que respeita a decisão de Andréa Tartuce de destituí-lo do cargo.

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