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Cinco filmes que trazem o peso do nazismo na II Guerra Mundial

Do intenso O Pássaro Pintado ao mais ameno Fuga pela Fronteira, longas contam histórias do período

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 abr 2021, 06h00
Montagem de duas imagens. À esquerda, os dois eslovacos do filme O Protocolo de Auschwitz, em uma foto escura. Um deles está em pé com uma folha em mãos e o outro está escrevendo numa máquina de escrever. Na imagem à direita, Zuzanna Surowy encara a câmera com um fundo onde há feno e paredes de madeira
Nazismo: filmes abordam temática dentro da II Guerra Mundial  (Divulgação/Divulgação)
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Valér e Freddy, interpretados por Peter Ondrejicka e Noel Czuczor, são eslovacos e castigados pelos alemães no campo de concentração de Auschwitz, em 1942. No início de O Protocolo de Auschwitz, eles vão empreender uma arriscada missão. Com a ajuda de conterrâneos, ficarão escondidos sob placas de madeira e praticamente enterrados numa cova rasa.

O objetivo da dupla é conseguir fugir da Polônia para a Eslováquia e, lá, tentar articular um ataque aéreo em Auschwitz. Não se sabe quanto tempo Valér e Freddy terão de esperar, sobretudo quando um oficial nota que faltam dois homens entre os prisioneiros. O nazista é implacável. Durante dias, deixa os judeus ao relento, passando frio e fome, e pressionando-os a delatar os fugitivos.

Representante da Eslováquia no Oscar 2021 de melhor filme internacional (e já fora da disputa), O Protocolo de Auschwitz é inspirado num caso real e, durante seus 94 minutos, combina o drama aflitivo com uma angustiante aventura. E fica a pergunta: quantas vidas poderiam ser poupadas caso o mundo soubesse das atrocidades operadas pelo III Reich nos campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau? NOW, Looke e outras plataformas de aluguel.

Os dois eslovacos, em uma foto escura. Um deles está em pé com uma folha em mãos e o outro está escrevendo numa máquina de escrever
Valér e Freddy: os eslovacos tentam fugir do campo de extermínio (Divulgação/Divulgação)

A norueguesa Sonja Wigert (papel de Ingrid Bolso Berdal) é uma estrela do cinema em seu país e na vizinha suécia. Com bom trânsito entre os artistas, ela é intimada pelo serviço secreto sueco para se infiltrar entre os nazistas quando a Noruega é invadida pelos alemães. Para conseguir informações confidenciais, Sonja, cujo pai está preso por ligações com a Resistência, tenta seduzir o oficial do III Reich Josef Terboven (Alexander Scheer). Ela só não contava que, durante a missão, fosse se apaixonar por um diplomata húngaro (Damien Chapelle).

A trajetória real da atriz e cantora, contada em A Espiã, pode confundir nos desdobramentos da espionagem. Contudo, é um bom documento de época sobre a condição dos escandinavos na II Guerra e de como a ligação de Sonja com os nazistas afetou sua imagem. Amazon Prime Video.

Cena do filme A Espiã, em que a protagonista está em uma mesa de um restaurante com outros homens
Sonja em jantar com os alemães: ligações perigosas (Divulgação/Divulgação)

É possível abordar a II Guerra com um ponto de vista infantil e ameno? Fuga pela Fronteira é um bom um exemplo. Inspirada numa história real, o filme está ambientado na Noruega de 1942. Ocupado pelos alemães, um vilarejo se divide — e as crianças também. Se Gerda (Anna Sofie Skarholt) representa a Resistência, seguindo o exemplo de seus pais, seu irmão, Otto (Bo Lindquist-Ellingsen), é o projeto mirim de um nazista. Eles, porém, vão se unir para ajudar um casal de irmãos judeus, quase da mesma idade, a chegar até a fronteira com a Suécia.

Haverá certa tensão e armadilhas no caminho, mas nada que choque os pequenos protagonistas e, por tabela, o espectador. NOW, Looke e outras plataformas de aluguel.

+Assine a Vejinha a partir de 8,90.

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As três crianças do filme, com roupas de frio, corrento sobre um trilho de trem
Fuga pela fronteira: bom exemplo de um ponto de vista mais ameno da ll Guerra (Divulgação/Divulgação)

Em 1942, após fugir de um gueto na Polônia ocupada pelos nazistas, uma garota judia é aceita para trabalhar como empregada numa fazenda de um vilarejo na Ucrânia. A adolescente, de 13 anos, adota o nome de Mania (Zuzanna Surowy, na foto) e afirma ser católica. Seu patrão é um sujeito bruto e a mulher dele tem um pé atrás com a menina. Manter uma identidade que não é a sua é o grande desafio da protagonista de Meu Nome É Sara.

Pontilhado de suspense e inspirado numa história real, o drama amplia o registro ao mostrar como os ucranianos foram achacados pelos soldados alemães e por russos rebeldes. O ponto desfavorável fica para a realização na língua inglesa, o que passa certa falsidade aos personagens e desconforto aos atores. Amazon Prime Video.

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Zuzanna Surowy, em imagem do filme, encara a câmera com um fundo onde há feno e paredes de madeira
Meu Nome É Sara: Zuzanna Surowy interpreta personagem que buscar manter uma identidade que não é sua (Divulgação/Divulgação)

Até a primeira das quase três horas de O Pássaro Pintado não se vê nenhum nazista. Perambulando por algum país do Leste Europeu, um garoto, interpretado por Petr Kotlár (foto), parece estar na época medieval, sendo até considerado uma encarnação do demônio por camponeses arcaicos.

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A trajetória desse menino judeu, que foi deixado pelos pais aos cuidados de uma tia na II Guerra, será pontilhada de terríveis adversidades. Ele vai passar por humilhações, torturas, espancamentos e abusos sexuais numa escalada de violência ultrajante. A forma como o diretor checo Václav Marhoul enfoca o nazismo é polêmica e brutal — um jeito de explicitar o horror em um modelo alegoricamente atroz. NOW, Looke e outras plataformas de aluguel.

Petr Kotlár, em uma imagem preta e branca, anda com roupas tradicionais do leste europeu da época da ll Guerra. Ele está em meio a uma floresta.
O Pássaro Pintado: Petr Kotlár é protagonista na trama intensa (Divulgação/Divulgação)

Publicado em VEJA São Paulo de 21 de abril de 2021, edição nº 2734

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