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‘Não iremos viver uma catástrofe, já estamos nela’, diz hospital em colapso

Unidade afirma que, além da lotação, os profissionais estão esgotados e existe falta de insumos, tecnologias, materiais e equipamentos

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 mar 2021, 16h42 - Publicado em 3 mar 2021, 16h17

O Hospital Regional São Paulo (HRSP), de Xanxerê, Santa Catarina, afirmou por meio de uma nota publicada na última terça-feira (2) ter chegado ao colapso. Com ocupação de 100% dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), pelo menos 30 pacientes estão internados de forma improvisada na emergência do hospital, aguardando transferência, e 15 pessoas morreram aguardando vaga em unidade avançada.

“Não há mais espaço físico, estrutura e pessoal para atender a grande demanda e que cresce diariamente. Estamos com nossa unidade 100% lotada em todos os ambientes, tanto na UTI Geral, UTI Neonatal, internação, Ala Covid, mas especialmente na Emergência. Estamos vivendo o pior momento desde o início da pandemia da Covid-19. Não iremos viver uma catástrofe, já estamos nela”, diz a nota.

Na manhã desta quarta-feira (3), o hospital informou que 100% dos leitos de UTI Covid seguem ocupados e que ainda há 13% de vagas nos leitos de enfermaria Covid. “Não tem mais possibilidade para receber mais pacientes que necessitem de ventilação mecânica ou suporte de oxigênio. Estamos com pacientes graves, acomodados em poltronas ou em espaços improvisados, pois já se esgotou toda a estrutura física para atendimento”, explica a nota.

O texto ainda informa que, além da lotação, os “profissionais estão esgotados” e “existe falta de insumos, tecnologias, materiais e equipamentos”. 

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O hospital avisa no final do comunicado que óbitos serão inevitáveis. “Vamos começar a perder vidas de muitos pacientes. A comunidade precisa estar preparada. E não vai ser por falha de atendimento, vai ser por falta de acesso ao serviço de saúde que está lotado”. 

Veja a nota do Hospital Regional São Paulo na íntegra:

A Direção Técnica e Administrativa do Hospital Regional São Paulo (HRSP) informa à população que está em colapso. Não há mais espaço físico, estrutura e pessoal para atender a grande demanda e que cresce diariamente. Estamos com nossa unidade 100% lotada em todos os ambientes, tanto na UTI Geral, UTI Neonatal, internação, Ala Covid, mas especialmente na Emergência, que hoje (terça-feira, 02, está com 35 pacientes, destes, 20 entubados,  aguardando transferência para leitos de UTI Covid). Estamos vivendo o pior momento desde o início da pandemia da Covid-19. Não iremos viver uma catástrofe, já estamos nela.

O hospital fez desdobramentos e aumentos para atender a demanda. Mas mesmo assim, a situação está em colapso. Não tem mais possibilidade para receber mais pacientes que necessitem de ventilação mecânica ou suporte de oxigênio. Estamos com pacientes graves, acomodados em poltronas ou em espaços improvisados, pois já se esgotou toda a estrutura física para atendimento. É muito preocupante pois são pacientes graves e que necessitariam de uma atenção especializada e que não deveriam estar aguardando por um leito, na Emergência do hospital.

É nossa realidade nesse momento, o colapso não é eminente, ele está em curso. Estamos prestes a não poder mais receber pacientes e que eles terão que aguardar do lado de fora do hospital, pois não temos mais espaço físico, equipamentos e ambiente para atender nossos pacientes, mesmo com os equipamentos recebidos recentemente do Governo Federal e Estadual. Estamos em um momento tão crítico, que será melhor para o paciente ficar aguardando atendimento dentro de uma ambulância do que dentro dos espaços da unidade hospitalar, o paciente terá mais suporte e recursos dentro da ambulância. Seria uma imprudência retirar o paciente do suporte que está recebendo na ambulância, com o aporte dos equipamentos de uma UTI Móvel e dos profissionais para atender esse paciente, do que receber ele no hospital.

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Os profissionais estão esgotados, existe falta de insumos, tecnologias, materiais e equipamentos. Em tempos normais, uma equipe (composta por médico, enfermeira, fisioterapeuta e técnicos de enfermagem) atende cerca de 10 pacientes, hoje, nesse momento “de guerra” não conseguimos contar quantos pacientes cada equipe está atendendo por turno de trabalho.

É o caos. É o limite. Do jeito que está, as equipes estão fazendo o que é possível, dentro do alcance e do que está disponível. Alcançamos o máximo das nossas possibilidades. Vamos começar a perder vidas de muitos pacientes. A comunidade precisa estar preparada. E não vai ser por falha de atendimento, vai ser por falta de acesso ao serviço de saúde que está lotado.

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