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Febre amarela: por vacina, pessoas se expõem em área de risco

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Wilson Pollara, classificou a situação como "um risco absurdo"

Por Estadão Conteúdo
19 jan 2018, 09h10

A busca pela vacina da febre amarela está fazendo muitas pessoas cruzarem a capital paulista e se deslocarem por até 30 quilômetros, justamente para áreas de risco de contaminação pelo vírus, como a Zona Norte da capital paulista. A procura inclui até moradores de outras cidades, como Guarulhos. Nesta quinta-feira (18) voltou a faltar doses em postos de saúde.

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Wilson Pollara, classificou a situação como “um risco absurdo”. “Dentro do Município, pessoas estão saindo de áreas totalmente seguras, como centro e oeste, e indo tomar vacina na Zona Norte, se expondo à possibilidade da doença. As pessoas não devem ir para região de risco somente para buscar a vacina. Elas devem aguardar a vacina chegar a cada uma das regiões”, declarou. A Zona Norte foi a primeira da cidade a receber campanha emergencial de vacinação, em outubro. A região tem o maior número de postos de saúde vacinando – cerca de 90.

O advogado Rafael Mendes Mandim, de 35 anos, saiu do Ipiranga, na Zona Sul, e foi para a Unidade Básica de Saúde (UBS) Dona Mariquinha Sciáscia, no Tremembé, Zona Norte. “Quero tomar por cautela e porque vou para um casamento na Serra da Cantareira. Fui ontem (quarta-feira, 17) na zona sul, mas tinha muita fila.” Por volta das 14 horas, ele e as demais pessoas que chegaram ao local de manhã ainda não haviam sido vacinadas e as doses acabaram.

O autônomo Jean Fontainha Hildebrand, de 26 anos, e a vendedora Letícia Helena Barbosa da Silva, de 22 anos, saíram de Itaquera, na Zona Leste, e só conseguiram avançar na fila porque as pessoas desistiram de esperar. “Quero tomar porque vou fazer um curso de comissário de bordo e irei para área de mata”, explicou a vendedora. Medo. Moradora de São Miguel Paulista, na Zona Leste, a 30 quilômetros do Tremembé, a aposentada Rita Marisa Silva, de 61 anos, estava com medo de frequentar a Zona Norte sem ter tomado a vacina, tendo em vista a proximidade do posto com o Horto Florestal. “Estou aqui correndo risco, mas já tive dengue e tenho medo de ter outra doença causada por mosquito.” Ela chegou a pensar em passar a noite na fila, mas desistiu e foi embora às 15 horas.

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Outros já foram preparados para a longa espera e levaram guarda-chuva, cadeiras, repelente, água e até palavras cruzadas para passar o tempo, caso da estilista Bruna Kato, de 24 anos, e do representante comercial João Victor Costa, de 25. Costa descobriu na fila que já era imunizado e ficou para acompanhar a namorada. “Achei que iria conseguir tomar a vacina e voltar ao trabalho, mas não consegui”, disse ela.

Moradores de Guarulhos, na Grande São Paulo, também foram para a Zona Norte em busca da imunização. A auxiliar administrativa Débora Andrade, de 32 anos, saiu do município com o filho Enzo, de 1 mês, e Guilherme, de 8 anos, para quem queria a vacina. “As filas estão quilométricas em Guarulhos. Não tomei, porque não posso, mas estou preocupada com meu filho mais velho. É uma vida que depende de mim. Eu passei repelente e vim.”

Por três dias, a estudante Bruna Diniz, de 21 anos, percorreu com a mãe, a auxiliar administrativa Márcia Goretti Lopes Diniz, de 55, e a irmã, a também estudante Ana Karen Diniz, de 14, cinco postos de vacinação em Guarulhos. Por causa das filas, resolveram tentar na capital, onde também não tinham conseguido doses até a tarde desta quinta. “Se não conseguir hoje (quinta), vou continuar tentando.”

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