Onze provas de que a Mooca não é mais a mesma
Cheia de tradição, a região ganhou novos moradores e estabelecimentos de pegada moderna
Conhecida pela tradição, a Mooca, aos 459 anos, continua a ser um dos bairros mais orgulhosos de suas raízes. Até dialeto próprio ela tem, o mooquês.
De uns anos para cá, porém, a região foi ficando mais moderna. Antigo reduto industrial que passou por uma expansão imobiliária, o pedaço ganhou novos moradores e, consequentemente, novos estabelecimentos, de pegada mais jovem e até… hipster.
Veja, abaixo, dez provas de que a Mooca não é mais a mesma.
1. Trocar o copo por vidro de compota? Aqui sim. Essa mania hipster foi adotada pelo Cateto, bar que aposta ainda em dois elementos beeem moderninhos: cervejas artesanais e embutidos de pequenos produtores.
2. Se Pinheiros é quem ditava as modinhas, eis um caminho inverso. O Cateto, nascido em 2013 na Mooca, abriá uma filial no bairro da Zona Oeste no sábado (24), na Rua Francisco Leitão, 272.
3. Abrigo de pizzarias pra lá de tradicionais, como a São Pedro e a Pizzaria do Angelo, o bairro também tem espaço para a jovial A Pizza da Mooca. O salão tem jeitão de galpão reformado, trilha sonora escolhida a dedo, drinques moderninhos e um banheiro grafitado digno de balada underground.
4. Em vez de hambúrgueres fininhos e bem passados, aqueles à moda antiga, José Américo, o Tatá, investe nos bifões altos e rosados de fazer inveja às lanchonetes do Itaim Bibi. No Cadillac Burger, na Rua Juventus.
5. Junto de parceiros, Tatá criou o projeto Distrito Mooca, que pretende ocupar imóveis vazios da parte próxima da Rua Borges de Figueiredo com casas de gastronomia, barbearias e estúdios de tatuagem. A inspiração veio de Wynwood, velho bairro industrial de Miami, hoje repleto de galerias badaladas.
6. Nada de dogão da Kombi! O cachorro-quente da moda é o do novo Hot Rod Dog, na Rua Guaimbé, todo estiloso com seu salão vintage. Feita só para a casa (olha só!), a salsicha é da variedade frankfurten. Muita carne pra você? Tem a versão vegana (R$ 15,00).
7. Programação musical de blues e pratos do sul dos Estados Unidos. Essa dupla, muito distante da tarantella e da macarronada da mamma, dá a tônica ao recém-aberto CC Rider.
8. A região ganhou ainda um bar que funciona dentro de um antigo vagão de trem. Sim, você ouviu bem. Trata-se do BTNK, espaço temporário que abre só aos sábados, no mesmo complexo que o Museu da Imigração.
9. Comida e bebida demais? Sintonizados com a boa forma, os marombas e naturebas mooquenses têm vez no “bistrô funcional” Inspirefit, inaugurado neste ano na Rua Itaqueri, 1262. Tem coxinha fit (R$ 5,00), feita com batata-doce e frango, e tapioca recheada de brigadeiro de whey (R$ 18,00). Vale se você for MESMO da geração saúde.
10. Baile da saudade? Que nada. No mesmo complexo do Museu da Imigração e do BTNK, rolam baladas modernetes no espaço chamado Nos Trilhos. Já teve festa junina gourmet, festa de gays engomadinhos, festas de neohippies… Para chegar lá, é preciso embarcar antes em uma pequena viagem de trem.
11. Há até quem compare o bairro aos redutos hipsters de Nova York. “Quem anda pela Mooca vê que a semelhança com o Brooklyn é impressionante”, exagera Fellipe Zanuto, dono d’A Pizza da Mooca.
A região da Zona Leste já não é mais a mesma, mas continua a abraçar os adoradores da tradição. Os clássicos seguem firmes: uma centena de acepipes ainda forra os balcões do Elidio Bar, as filas continuam longas na pizzaria São Pedro e as fornadas de panetone da octogenária confeitaria Di Cunto estão a todo o vapor. A Mooca é como coração de mãe.
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