Oito programas para se sentir um gaúcho em São Paulo
Largatear ao sol, comprar chimia, comer um xis e assistir a uma partida do Gre-Nal junto com a torcida do seu time estão entre as alternativas
Lagartear, comer um xis ou um xixo, chamar brigadeiro de negrinho e passar chimia no pão cervejinha: são muitas as peculiaridades e costumes que caracterizam o jeito gaúcho de ser. Em solo paulistano, o bairrismo fica ainda mais exacerbado, bem como a saudade da terra natal. Mas não é preciso embarcar num avião (ou encarar mais de 1 000 quilômetros de estrada) para suprir a falta dos pampas. Listamos abaixo oito lugares que farão qualquer gaúcho se sentir em casa em plena capital paulista:
1. Ir ao Quintana Bar
A referência aos gaúchos começa já no nome do bar: o escritor Mario Quintana. Natural da cidade de Alegrete (RS), ele é homenageado também em versos enquadrados nas paredes, nos descansos de copo e nos degraus que levam aos pisos superiores. O cardápio da casa exibe sugestões como o churrasco de vazio (43 reais), que pode ser guarnecido pelo arroz de carreteiro de charque e o feijão campeiro. Para beber, o chimarrão vem em forma de drinque (26 reais): o mate moído é polvilhado em uma mistura de uísque bourbon, mel, suco de limão-siciliano e gengibre, que vem servida na cuia em formato de chifre.
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2. Lagartear tomando um chimarrão na Praça do Pôr do Sol
A combinação de temperaturas baixas e um dia ensolarado é a desculpa perfeita para um dos programas favoritos dos gaúchos: lagartear. Fincada no Alto de Pinheiros, a Praça Pôr do Sol é um dos melhores cenários para se estender na grama e ver o sol se pondo em meio aos arranha-céus paulistanos. Também dá para fazer um piquenique com direito a muito chimarrão e uma berga (aos desavisados: a mexerica atende pelo nome de bergamota no Rio Grande do Sul).
3. Comer um xis com cerveja Polar ou refrigerante Fruki na Kombi do Chef
Esqueça o cheeseburguer. Gaúcho que é gaúcho come xis. A versão mais popular do lanche prensado traz coração de frango (R$ 25,00) ou escalopes de filé-mignon (R$ 23,00) entre duas fatias do tal pão de xis, uma versão bem maior de um pão de hambúrguer. Este da foto é encontrado na Kombi do Chef, que tem endereço fixo na Rua Antônio de Macedo Soares, 1377, Campo Belo. A receita leva ainda queijo mussarela, milho, ervilha, alface, tomate e maionese. Para acompanhar, nada supera uma latinha de refrigerante Fruki (5 reais) ou da cerveja Polar (7 reais).
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4. Fazer compras no Zaffari
Um gaúcho com saudade de casa e pouca grana deve tomar cuidado ao entrar no supermercado Zaffari, que fica no Shopping Bourbon. Afinal, como resistir e não encher o carrinho das coisas que fazem lembrar o Rio Grande do Sul? Além de erva-mate e dos acessórios para fazer a bebida, ali é possível encontrar pão cervejinha (que também é chamado de pão bundinha), cuca colonial, uma geladeira cheinha de potes de sorvete Sorvelândia, uma prateleira repleta de chimias de diferentes sabores, leite Piá, doce de leite Mu-Mu…
5. Comer doces de Pelotas na Casa Santa Luzia
Há doze anos, a casa vende doces vindos diretamente de Pelotas e feitos à base de ovos. Entra os vinte itens expostos estão o quindim de nozes ou de damasco, a panelinha de coco, o bem-casado e o ninho de ovos, além do camafeu de nozes. Todos são vendidos por 6,60 a unidade. Ali também é possível encontrar biscoitos de mel com glacê (12,90 reais, o pacote com 140 gramas), vindos de Nova Petrópolis. Do pequeno município de Arvorezinha saem tradicionais doces em compota, como de ambrosia (16,90 reais), de fios de laranja (20,10 reais) e de figo com nozes (18,80 reais).
6. Adoçar a vida com uma clássica cuca de uva na Padoca do Maní
Os gaúchos que cresceram em famíla alemã conhecem bem este doce. A cuca consiste em uma massa coberta por farofa crocante, feita basicamente de farinha, manteiga e açúcar. Eleita a melhor padaria paulistana na edição mais recente de Veja Comer & Beber, a Padoca do Maní vende a clássica versão de uva (11 reais) ao lado do expresso servido na xícara de ágata (7 reais).
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7. Ir comer carne na NB Steak ou no Fogo de Chão (se não tem churrasqueira, vou para a churrascaria)
Comer churrasco aos domingo é de lei, mas nem todo gaúcho que mora em São Paulo consegue ter uma churrasqueira em casa. Neste caso, se não tiver nenhum amigo a recorrer, o jeito é ir para uma churrascaria. A cidade abriga boas casas dedicadas às carnes, perfeitas para amenizar a saudade dos domingos de comilança nos pampas. Na NB Steak, do empresário gaúcho Arri Coser, é possível encontrar desde espetos de picanha e fraldinha rodando pelo salão, quanto cortes mais nobres, a exemplo dos bifes ancho e de chorizo, o assado de tira e o nb steak, extraído do dianteiro bovino (133 reais por pessoa). Com cinco unidades espalhadas pela capital, a rede Fogo de Chão (125 reais por pessoa) tem a fraldinha e a picanha como os cortes mais pedidos da clientela. Também dá para saborear a costela premium, retirada de gado angus e o bife ancho. Além das carnes, ali encontra-se um variado bufê de saladas e acompanhamentos como polenta e batata frita. Os preços são salgados, mas o investimento vale a pena: ambas as casas foram avaliadas com quatro estrelas na última edição de Veja Comer & Beber, que também premiou a Fogo de Chão como o melhor restaurante de rodízio de carnes na capital.
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8. Torcer pelo Grêmio no Bar Dona Nina ou pelo colorado no Quintal do Espeto
Os gaúchos adoram futebol e é grande a rivalidade entre os torcedores do Grêmio e do Internacional. E eles adoram torcer em bando. Se for um Gre-Nal então, vestir a camisa e gritar junto é essencial. Em São Paulo, as duas torcidas têm um destino certo para encontrar torcedores do mesmo time. Quem veste o azul do Gêmio segue para o Bar Dona Nina (Rua Fidalga, 218), na Vila Madalena. Já os torcedores do Inter se reúnem no Quintal do Espeto, que fica em Moema.