Delícias abaixo de zero
Novidades esquentam, ops, congelam o mercado de massas e picolés na época mais quente do ano
Basta que os termômetros cheguem à casa dos 30 graus para as sorveterias da cidade lotarem. No que depender do apetite paulistano, a marca brasileira de 6 litros consumidos por habitante por ano vai crescer, e muito, nesta atual temporada de calorão. A disputa pela preferência dos clientes nunca esteve tão quente. Endereços consagrados estão ampliando seus domínios e variando a seleção de sabores. É o caso da Bacio di Latte, eleita duas vezes a melhor da categoria na edição“Comer & Beber”, que prepara para esta semana a inauguração de seu quarto endereço, nos Jardins, e da Mil Frutas, vinda do Rio de Janeiro, que colocou nas cubas massas até de cenoura com maçã.
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A safra de novatos também promete agitar o mercado. No segmento dos gelatos italianos, conhecidos pela textura ultracremosa, estão a Convivio Il Gelato, tocada por uma família ítalo-paulistana no Alto de Pinheiros, e a Cuordicrema, no Itaim. Em ambas as casas, a preocupação com a qualidade da matéria-prima fica evidente: só frutas naturais e leite fresco são permitidos nas receitas, nada de gordura hidrogenada ou misturas prontas. Antes vendidos apenas em mercados, restaurantes e carrinhos de shoppings, os excelentes picolés da Diletto dispõem desde dezembro de uma loja de rua de 250 metros quadrados nos Jardins. “Investimos 3,5 milhões de reais”, conta o sócio-proprietário Leandro Scabin, neto do sorveteiro italiano Vittorio Scabin (1898-1998). Entre suas ofertas está uma linha de salgados criada pelo renomado chef Salvatore Loi, ex-Fasano, hoje no restaurante italiano Girarrosto, uma das boas estreias do ano passado na cena gastronômica da capital.
Essa competição ganhou ainda a companhia das docerias, que estão entrando na onda gelada. A Le Jardin Secret, na Vila Madalena, prepara o lançamento de massas acrescidas de pétalas de flores, e a Folie, em Pinheiros, reformulou todo o salão para oferecer gelados artesanais como os de morango, coco com alecrim e até cerveja. “Em São Paulo, o hábito alimentar vem mudando. As pessoas viajam mais, conhecem marcas internacionais e passam a procurar produtos mais sofisticados”, afirma Cecília Dias, diretora de marketing da Kibon no Brasil. Prova disso é o sucesso da loja pop-up da Magnum, linha premium da marca,que fica nos Jardins até 10 de fevereiro.
TRADIÇÃO FAMILIAR
Na casa de Lorenzo e Mônica Fasano — não, eles não são parentes do restaurateur Rogério, do Grupo Fasano —, sorvete sempre foi uma sobremesa artesanal, feita seguindo a receita dos avós nascidos na cidade italiana de Bolonha. Em meados de novembro, o casal e seus filhos Davide e Enrico transformaram a tradição familiar em negócio. Na bonita loja do Alto de Pinheiros, decorada com um grande lustre, as máquinas importadas da Itália responsáveis pelos cremosos sorvetes ficam à vista dos clientes, numa cozinha envidraçada. Entre as delícias estão o copinho de morango, feito com 50% da fruta natural (R$ 8,00), e o biscotto, um nostálgico sanduíche de bolacha recheada de sorvete de leite e creme de leite fresco, entre outros sabores. A unidade custa R$ 12,00. No copinho ou na casquinha, prove ainda as versões de chocolate 70% de cacau, nozes e gianduia. Custa R$ 8,00 (pequeno), R$ 10,00 (médio) e R$ 12,00 (grande). Convivio Il Gelato. Rua Diógenes Ribeiro deLima, 2100, Alto de Pinheiros, ☎ 2639-4003.12h/20h (sex. a dom. até 21h; fecha seg.) https://www.conviviosp.com.br.
CHEIOS DE PÉTALAS
Transformar aromas florais em sabores. Essa foi a ideia que arrebatou as amigas Fernanda Rosset, Albane Le Marie e Ana Carolina Urquiza durante uma viagem ao sul da França. O primeiro passo da graciosa loja inaugurada pelo trio foi utilizar pétalas cristalizadas em guloseimas deliciosas, como bombas e tortas. A partir do dia 15, o endereço se aventura pelo território gelado e lança três sabores de sorvete feitos lá mesmo. Os de violeta e rosas, ambos com base de baunilha, levam pedacinhos das flores. Cada bola custa R$ 13,00. Preparado apenas com essência, o de lavanda sai por R$ 8,00. A loja reabre no sábado (12). Le Jardin Secret.
DO DOCE DE LEITE ÀS FRUTAS
Referência na Argentina, a Freddo veio para São Paulo em 2011 e logo conquistou uma legião de fãs dos gelados de doce de leite. Depois da primeira loja de rua em Moema foram abertos outros cinco endereços em shoppings — o do JK Iguatemi vive lotado. Até o fim do ano, a expectativa é que mais cinco unidades sejam inauguradas. Para este verão, a gelateria aposta em sabores de frutas como tangerina, grape fruit e lúcuma, típica dos Andes. De tão cremosos, nem dá para moldar os sorvetes no formato de bola. No copo ou na casquinha, até dois sabores saem por R$ 14,50. Apelidado de cubanito, o novo biscoito de biju recheado de sorvete de doce de leite e coberto por chocolate custa R$ 7,90. Freddo.
CAMPEÃ DE CRÍTICA E FILAS
Eleita a melhor da cidade pela edição especial “Comer & Beber” em 2011 e 2012, a Bacio di Latte provoca filas de dobrar o quarteirão (literalmente) na Rua Oscar Freire. A inauguração de filiais no Shopping JK Iguatemi e em Moema não aliviou o tempo de espera, e no sábado (12) vem mais uma loja por aí, agora na esquina da Rua Bela Cintra com a Alameda Tietê, nos Jardins. O segredo para cativar na primeira colherada está na textura ultracremosa típica dos gelatos italianos. Para chegar a ela, as massas são feitas diariamente com leite integral fresco, frutas bem selecionadas e nenhum conservante artificial. Os sabores de maracujá, stracciatella (primo do flocos), pistache e figo são imperdíveis. Cada potinho com até três sabores custa R$ 8,00 (pequeno), R$ 10,00 (médio) e R$ 12,00 (grande). Bacio di Latte.
MENTA DE VERDADE
A Häagen-Dazs está na cidade desde 1997 e ajudou a formar a preferência paulistana por massas mais densas e bem doces. Todos os produtos oferecidos aqui nos mercados e nas lojas próprias vêm da fábrica na França e não levam aromatizantes. O mais recente lançamento combina sorvete de baunilha, gotas de chocolate e folhas de menta. É extremamente refrescante sem ter o paladar enjoativo nem aquele tom verde vibrante das versões artificiais. A bola custa R$ 9,90. Uma opção elaborada leva ainda calda quente, pedaços de biscoito crocante e chantili (R$ 24,50). Häagen-Dazs.
PARCEIRO DOS MACARONS
Nascida como ateliê fechado em Pinheiros, a Folie foi aos poucos abrindo as portas para o público interessado nos macarons, aqueles docinhos franceses feitos de dois discos de farinha de amêndoa unidos por um creme (R$ 3,50 a unidade). Depois de uma reforma, passou a dispor de cubas refrigeradas, nas quais seis sorvetes produzidos diariamente em pequena escala se revezam a partir do meio-dia. Torça para encontrar as opções de morango, gengibre com limão, coco levemente perfumado por alecrim e chocolate francês Valrhona 70% de cacau. Numa linha mais diferentona, há até sorvete de cerveja clara — é quase como abrir uma latinha bem gelada. No potinho pequeno, um sabor sai por R$ 7,00; o médio comporta dois sabores (R$ 9,00) e o grande, três (R$ 11,00). A casquinha, com até duas porções, sai por R$ 9,00. Folie.
INDUSTRIALIZADO (E DELICIOSO)
A última sensação da Kibon é uma pop-upstore nos Jardins onde o cliente customiza seu picolé. Desde outubro, todo dia é dia de fila na porta do endereço, que funciona até 10 de fevereiro. A ideia é que o cliente personalize o sorvete com três coberturas e uma calda. Há desde básicas raspas de chocolate branco e ao leite, coco em fitas e pistache em pedaços até itens inusitados, como pimenta-rosa e pipoca doce. Custa R$ 9,00. Na linha tradicional, há ainda dois lançamentos feitos com matéria-prima belga: o dark, com cobertura de chocolate escuro 60% de cacau, e o de amêndoa misturada a chocolate ao leite. Ambos levam sorvete de baunilha na base. O preço sugerido é R$ 5,25. Magnum Store.
SOTAQUE CARIOCA
No Rio de Janeiro, a preocupação com a saúde e o corpo fica clara na preferência do público: sorvetes de frutas, menos calóricos, estão entre os mais pedidos dos mais de 250 sabores da Mil Frutas. Por aqui, nos pequenos quiosques nos shoppings Cidade Jardim e Iguatemi, com suas simpáticas atendentes, fazem sucesso principalmente as versões mais cremosas, como goiabada com queijo e chocolate branco acrescido de framboesa. As novas pedidas para este verão, porém, têm carregado sotaque carioca: o sabor celeiro traz cenoura, maçã, gengibre e limão e o de cereja francesa leva a frutinha deliciosa só disponível nesta época do ano. Como os demais gelados da marca, têm zero de gordura hidrogenada na receita. Uma bola custa R$ 10,00 e duas, R$ 19,00. Mil Frutas.
O MELHOR PICOLÉ
Sabe aquele sorvete de embalagem decorada com um simpático urso-polar que é vendido em freezers espalhados por shoppings e restaurantes? Responsável pelo produto, a Diletto ganhou em dezembro a primeira loja de rua, nos Jardins. O negócio é um sucesso graças à qualidade dos picolés, feitos com matéria-prima trazida da Itália, e (acredite) baixas calorias (de 59 a 170). Até sabores de frutas, como o de limão-siciliano, ficam cremosos. São doze variedades, cada uma vendida por R$ 8,00. Há ainda caldas para montar uma taça caprichada com as versões de massa. Se a fome for grande, peça antes um salgado elaborado pelo chef Salvatore Loi. Diletto.
ITALIANO QUE PROMETE
Trata-se de uma das estreias mais promissoras do ano. Feitos artesanalmente numa linda cozinha envidraçada, os sorvetes da Cuordicrema são guardados num recipiente metálico chamado pozzetto, que protege da luz e do oxigênio. São pedidas imperdíveis o chocolate delícia, misturado a avelã, e as versões de maracujá e manga, com paladar levemente adocicado. Todas perfeitamente macias, como manda a receita italiana. O copinho pequeno de 120 gramas custa R$ 9,00. Cuordicrema.