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Ex-policiais contestam versão sobre a morte da família Pesseghini

Para coronéis e major, o garoto Marcelo não estava sozinho na cena do crime e a investigação ainda tem falhas

Por Nataly Costa
Atualizado em 5 dez 2016, 15h44 - Publicado em 8 ago 2013, 02h01

Apesar de ser a principal linha de investigação policial, a versão de que o garoto Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, teria matado a família e depois se suicidado é contestada por ex-policiais militares, que classificam de “estranho” o fato de o menino supostamente ter feito tudo sozinho. Além disso, o peso da arma, o silêncio dos vizinhos e as brechas na investigação também levantam suspeitas quanto a autoria dos assassinatos.

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“Se me perguntassem, com a experiência que tenho como policial, diria que ele teve ajuda de alguém”, afirma o coronel Álvaro Camilo, ex-comandante da Polícia Militar de São Paulo e atualmente vereador pelo PSD. Além de acreditar que o menino possa estar envolvido no crime, mas não sozinho, Camilo achou curioso que um garoto de 13 anos soubesse manusear uma pistola .40 com tanta precisão. “É uma pistola pesada, de cano longo, grande para a mão de uma criança. Até algumas policiais mulheres preferem usar uma mais leve”.

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A arma pesa aproximadamente 1,4 kg e nenhuma das testemunhas afirma ter conhecimento que Marcelo sabia atirar. Mas a tese da investigação é que o garoto era filho de policiais e, por isso, teria intimidade com armas de fogo. Além disso, como os tiros foram à queima-roupa, ele não precisaria de tanta habilidade. Todos os disparos foram fatais. “Até isso é estranho. As vítimas não tiveram nenhum espasmo? Em uma situação como essa, até por medo ou susto, o assassino atira duas vezes. Mas foi um disparo em cada um, uma coisa certeira”, afirma o deputado Major Olímpio (PDT), também ex-PM.

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Olímpio estava na casa da Brasilândia na madrugada de segunda para terça-feira e diz que achou “tudo muito certinho”. “Meu ceticismo é justamente porque estive lá e achei a cena muito estranha, aqueles corpos bem alinhados, tiros precisos. Também vi autoridades policiais se apressando em rotular o crime como passional”, afirma o major. “Continuo afirmando que, sem os laudos cadavéricos para determinar a hora de cada morte, não se pode culpar o garoto”.

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O vereador Roberval Conte Lopes (PTB), ex-tenente da Rota, levanta outra suspeita. “Como a perícia só achou as armas do pai na segunda ida à casa? Seria a primeira coisa que eu procuraria na casa de um homem da Rota que mora na Brasilândia.” As três armas encontradas no armário de Luís Marcelo Pesseghini corroboram a tese policial de que não houve assalto ou invasão antes do crime. Lopes também duvida da tese de que o menino teria dirigido o carro da mãe até a escola. “Você tem imagens dele saindo do carro, mas ninguém vê ele dirigindo esse carro”. 

O fato de os vizinhos não terem ouvido barulho – com exceção do depoimento de uma vizinha, que achou que os estampidos eram do escape de alguma moto – também gera estranhamento. “Ninguém da vizinhança ouviu e todas as vítimas foram surpreendidas. Não houve nenhum tipo de reação a não ser da mãe. Volto a falar: está tudo muito estranho.”

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