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Alex Atala: “Se tem cozinheiro que já foi preso, por que não o contrário?”

O chef participou da formatura de 32 detentas que fazem parte de um projeto de ressocialização na Penitenciária Feminina da Capital

Por Redação VEJA SÃOPAULO.COM
Atualizado em 17 Maio 2024, 10h59 - Publicado em 7 ago 2014, 22h10

Alex Atala, o mais prestigiado chef brasileiro, disse que contrataria um ex-detento para trabalhar em seus restaurantes –ele é dono do D.O.M. e do Dalva e Dito, em São Paulo. A declaração foi dada nesta quinta-feira (7) durante a formatura de presas da Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru, no curso de capacitação em cozinha promovido pelo Gastromotiva, ONG que tem como objetivo levar técnicas da gastronomia para pessoas de baixa renda (e agora para presidiárias), do chef David Hertz e pelo ATÁ, projeto de Atala.

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Alex Atala foi eleito cinco vezes chef do ano

“Se tem cozinheiros que já foram presos, por que não ter o contrário?”, disse Atala. “Se eu tivesse vaga e a pessoa fosse boa, sim eu contrataria.” Hertz, da Gastromotiva, já tem no seu quadro de funcionários uma ex-detenta. “A gente tinha a vaga e eu disse para ela: tem que saber fazer e ela sabe”, conta.

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Formandas

Das 32 mulheres que participaram do curso, 21 são estrangeiras. Em sua maioria, elas são condenadas por tráfico de drogas. É o caso da Olga Jose, de 36 anos, de Moçambique. Ela já está na penitenciária há três anos. “Eu ainda vou me formar no ensino médio, no sábado, e quando entrar no semi-aberto, termino o curso de gastronomia na faculdade”, afirma.

“Eu vou voltar para o meu país e abrir um restaurante para vender moqueca, que eu aprendi aqui”, completa. Ela conversava com a colega Salmina Chongo, de 34 anos, também de Moçambique. Salmina foi da segunda turma. “Sou mais do doce. Quero ser confeiteira e fazer pães”, diz.

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