The Punch Bar

Resenha por Saulo Yassuda

Não estranhe se vir uma fila se formar em frente à discreta porta do bar, instalado numa galeria apinhada de estabelecimentos orientais. Geralmente isso ocorre às 19h ou às 21h30, horários em que a casa recebe quem fez reservas. E elas são realmente necessárias, já que há poucos lugares — onze no balcão, uma mesa para quatro e mais um assento numa poltrona solitária junto a uma mesinha lateral, para quem gosta de observar tudo de longe. As conversas não são acaloradas, mas há outros sons no ambiente: a trilha sonora de jazz, a voz do proprietário e bartender Ricardo Miyazaki papeando com o público e dando dicas de coquetéis e, vez ou outra, o ruído da máquina de gelar taças que faz um pequeno escândalo quando usada (“vou fazer barulho, pessoal”, alerta o anfitrião ao acioná- -la). Com drinques que não economizam nos cifrões e também nos ingredientes de qualidade, a carta é pura formalidade, porque os frequentadores são estimulados a pedir sugestões fora dele. O avenida paulista (R$ 54,00) é uma prova de que é possível fazer alta coquetelaria com cachaça. Releitura do manhattan, é doce e complexo, e leva Weber Haus 7 Madeiras, vermute tinto e um toque de vinho jerez pedro ximenez. Outra boa reinterpretação, dessa vez do penicillin, é a junção de mezcal, xarope de agave, limão-siciliano e bitter aromático de pimenta- -habanero (R$ 85,00). O lugar não liga muito para comida e te dá um potinho de amendoim e milho para petiscar, mas é possível solicitar alguns itens frios como a terrine de porco (R$ 38,00). Rua Manuel da Nóbrega, 76, loja 17 (Edifício Barão de Ouro Branco), Paraíso, ☎ 3508-8629 e 97342-3186 (16 lugares). 18h/0h (sáb. a partir das 17h; fecha dom., feriados e na quarta seg. do mês). @ thepunchsp. Aberto em 2020.

Informações checadas entre agosto e setembro de 2023.

• bares