Cabaña Argentina

Resenha por Arnaldo Lorençato

Numa visita ao Pátio Higienópolis, descobri o Cabaña Argentina, instalado no piso terraço do shopping e ainda sem divulgação oficial. Aberta em outubro passado, é a unidade pioneira de um novo projeto dos donos da rede Pobre Juan. Como proposta, trata-se de uma versão um bocadinho mais simples e mais em conta da boa churrascaria, que possui um endereço de sucesso no mesmo bairro, só que de rua, mais outras três na cidade. Além do salão agradável, de iluminação mais baixa, a nova casa tem uma fileira de mesas contornando a fachada na área externa. De recheio cremoso de milho fresco com queijo, a empanada chamada de humita (R$ 18,00) ganha pontos pela massa crocante de textura que lembra um folhado. Também do capítulo de entradas, a tabla paseo (R$ 88,00) vale ser pedida por duas pessoas. Com 420 gramas, compõe-se de linguiças de lombo de porco grossa ao estilo toscano e a versão parrillera, fininha e picante, mais morcilla, o embutido de sangue, mollejas, as glândulas timo, também tentadoramente tostadas e que ficam ainda melhores com a adição de gotas de limão-siciliano. Recebem a companhia de pão torrado na grelha. Das carnes, o bife cabaña (R$ 158,00) é uma virtuosa peça de 250 gramas da capa do filé de costela que sai da churrasqueira inclinada com sal na medida e ponto perfeito. A melhor companhia para esse bifão são as clássicas batatas suflês, sequinhas e crocantes como devem ser (R$ 43,00). Nas mãos do chef executivo Geraldo Ribeiro e da chef Maria Benedita da Silva, a cozinha expede ainda alguns pratos de inspiração italiana que fazem bonito. Com a grafia em espanhol de ñoquis con ragù calabrés (R$ 78,00), o nhoque de mandioquinha quase flutua de tão delicado e faz contraste com o marcante molho de linguiça calabresa e tomate. Sem o brilho dos demais itens, o pudim de doce de leite (R$ 28,00) não faz feio, mas se fosse um pouquinho menos doce, seria muito melhor.

Informações checadas em dezembro de 2024.