Vogue: dança cheia de pose imita gestos de modelos
Criada em Nova York, a modalidade ganha espaço em festas e batalhas na capital
Na cena underground de Nova York nos anos 60, surgiu uma dança bastante estilosa. O vogue fazia sucesso em festas voltadas ao público LGBT, principalmente no Harlem, bairro de maioria negra da metrópole. Nos últimos tempos, a modalidade das antigas começou a ganhar espaço também aqui em São Paulo.
A ideia é imitar, ao som de disco e house, poses de modelos — o nome da coreografia, inclusive, remete à revista de moda homônima. Vê-se muito do chamado “carão”, jogadas de cabelo, passos que imitam um desfile de passarela e uma profusão de gestos com as mãos e os braços.
Não falta, é claro, o movimento imortalizado por Madonna no clipe Vogue, de 1990, no qual ela cria uma espécie de “caixa” com as mãos, emoldurando o rosto. O estilo faz referência ainda a imagens egípcias e militares, além de golpes de kung fu.
Em São Paulo, o principal grupo especializado no vogue é a House of Zion, versão brasileira do coletivo americano homônimo, criada em 2016. “Trata-se de uma performance empoderadora, que muda sua postura e traz autoconhecimento”, teoriza Félix Pimenta, um dos líderes da turma de doze dançarinos.
A internet se mostrou a grande responsável por disseminar o estilo no Brasil, junto de oficinas e aulas de figuras estrangeiras que são referência no tema. Por aqui, o vogue aparece em disputas de dança e festas.
Espaços como a Casa 1 (centro de cultura e de acolhida LGBT), unidades do Sesc e o Teatro de Contêiner Mungunzá, na Virada Cultural, receberam apresentações da dança. Baladas itinerantes, como a Festa Amem e o Ball Vera Verão, tornaram-se igualmente palcos da modalidade.