Rotina faz bem, com Franklin Lopes
O antropólogo visual investiga nossa relação com a nossa casa como um ambiente onde a rotina e a monotonia precisam ter espaço
Monotonia. Só de ouvir essa palavra, você já torce o nariz? Pois no episódio #162 do podcast Jornada da Calma, Helena Galante conversa com o antropólogo visual Franklin Lopes justamente sobre o papel que a repetição e os ritmos constantes exercem na nossa vida. “A gente culturalmente começou a entender a monotonia e a rotina como algo ruim”, conta o pesquisador que se dedica a estudar a casa e as formas de morar que adotamos. “Ao oferecer rotina, a casa também oferece estabilidade, processo, rito. Vejo a rotina como rituais cotidianos, e objetivo dos rituais está sempre em evocar. O que eu evoco quando estou na cozinha, no banheiro?”
O professor e escritor fala ainda sobre como a reaproximação com a rotina (e com a bagunça) da casa pode ajudar a trazer mais estabilidade interna. “Se a gente entende a casa como esse lugar de retiro, de silêncio, e se conecta com a rotina, a gente ganha mais espaço reflexivo, onde a gente pode ser incoerente, mudar de ideia, se mostrar frágil, o que as redes sociais não permitem. Se a gente entende a casa como nosso templo, a gente reza todos os dias.”