Masp discute questões climáticas e expõe obras de Monet e Renoir em 2025
Museu terá 'Histórias da Ecologia' como pauta do ano e fará abertura do novo prédio ao público, com mostras de acervo
O ano de 2025 promete entrar para a história do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Além da inauguração do novo edifício ao lado, o antigo Dumont-Adams, de catorze andares, a instituição promoverá ações culturais no recém-concedido vão livre. Para comemorar as novidades, o Masp prepara uma programação especial de exposições.
O tema central das atividades será Histórias da Ecologia, dando continuidade à série que foi inaugurada em 2016, com Histórias da Infância. Neste ano, o foco foi Histórias da Diversidade LGBTQIA+, que inicia na sexta-feira (13) sua última abertura da programação — uma coletiva com 150 obras de artistas do mundo todo.
Entre os destaques de 2025 estão mostras sobre dois grandes pintores franceses impressionistas, Pierre-Auguste Renoir, em cartaz de março a agosto no anexo, e Claude Monet, de 16/5 a 25/8, no prédio principal.
Também acontecem no edifício de pilares vermelhos uma individual da dominicana Hulda Guzmán, de 11/4 a 24/8; uma coletiva com bordados e arpilleras (peças têxteis) produzidos pelas Mulheres Atingidas por Barragens, de 11/4 a 3/8; e uma exposição monográfica de Frans Krajcberg, de 16/5 a 19/10.
O museu busca tratar, por meio da arte, as questões das crises climáticas, políticas, territoriais e sociais ao redor do mundo. “É um debate fundamental e incontornável Cultura no momento que a gente vive, com queimadas e enchentes pelo país”, comenta a curadora Isabella Rjeille.
“A ideia é ampliar essa discussão e tratar do aspecto social, por exemplo”, afirma o curador André Mesquita, que cita a exposição da mexicana Minerva Cuevas, com projetos de antropologia, história e ciências naturais, de 5/12/2025 a 8/3/2026, no prédio principal. “Ela mostra como não há mudança no cenário sem mudança política e social.”
A pauta ambiental culmina na coletiva internacional, de 5/9/2025 a 1º/2/2026, no anexo. “Temos pensado em um conceito expandido de ecologia ao longo do tempo, da arte pré colombiana à contemporânea, sem dividir por países”, comenta Mesquita.
Além do tema ecológico, haverá exibições de obras do acervo, para dar o pontapé inicial no novo prédio, apelidado de Edifício Pietro Maria Bardi (o cartão-postal da cidade passa a se chamar Edifício Lina Bo Bardi). É o caso da exposição sobre Renoir e de Histórias do Masp, Artes da África e da videoinstalação Um Maravilhoso Emaranhado, de Isaac Julien. Todas vão de março a agosto no espaço.
O Edifício Pietro fecha o ano com uma exposição de cerca de quarenta trabalhos relacionados à abstração geométrica, com nomes como Judith Lauand, Hélio Oiticica, Delson Uchôa e Beatriz Milhazes.
De março de 2025 a janeiro de 2026, o vão livre será ocupado por obras interativas do colombiano Iván Argote. “A intenção é que o espaço seja mais usufruído e ocupado pela população”, diz a curadora-coordenadora, Regina Teixeira de Barros. “Vamos fazer programação com oficinas e vários tipos de apresentações, de música e cinema.”
O Masp receberá ainda individuais da gaúcha Clarissa Tossin e do colombiano Abel Rodríguez, ambas de 10/10/2025 a 1º/2/2026, no Edifício Lina.
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de dezembro de 2024, edição nº 2923