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Conheça novo prédio do Masp, que custou 250 milhões e será inaugurado em março

Construção tem 14 andares e 7.821 metros quadrados; prédio original recebeu o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi

Por Ana Mércia Brandão, Carolina Farias
Atualizado em 26 nov 2024, 15h02 - Publicado em 26 nov 2024, 14h12
Vista dos edifícios Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi
Edifícios Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, na Avenida Paulista (Leonardo Finotti/Divulgação/Divulgação)
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O MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) anunciou a conclusão das obras do seu segundo edifício, chamado Pietro Maria Bardi em homenagem ao primeiro diretor artístico do museu. Como forma de preservar e valorizar a história da instituição, o prédio original recebeu o nome de sua arquiteta, Lina Bo Bardi. O novo prédio custou 250 milhões de reais.

Com o Pietro, de 14 andares e 7.821 metros quadrados, somado à recente concessão do vão livre, a instituição dobra a sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m² a partir de março de 2025, com a inauguração do anexo.

O novo edifício do Masp aumenta em até 66% seus espaços expositivos. São cinco novas galerias para exposições, duas áreas multiuso, salas de aula, laboratório de conservação, área de acolhimento, restaurante e café, além de depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte.

A ideia é que o novo edifício seja sede para exposições temporárias, já que, pela presença dos depósitos e docas, o Pietro está mais adequado para o intercâmbio de obras que o Lina, que ficará reservado principalmente para mostras com obras do acervo do museu.

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Iniciada em 2019, a construção do novo prédio foi totalmente financiada por doações – segundo Alfredo Egydio Setubal, presidente do Conselho do Masp, espontâneas – de pessoas físicas, sem uso de leis de incentivo. Foram doados 250 milhões de reais para a construção deste edifício. “O edifício Lina ficou pequeno. Quando fizemos Tarsila [do Amaral, exposição de 2019], por exemplo, tivemos que limitar o público”, explicou o diretor-presidente do Masp, Heitor Martins, em coletiva de imprensa realizada para apresentar o novo prédio.

O projeto arquitetônico é liderado pela Metro Arquitetos Associados. Um dos principais diferenciais é o revestimento em chapas metálicas perfuradas e plissadas, uma solução que controla a incidência de luz natural e reduz o aquecimento interno. Essa fachada metálica funciona como uma “pele” protetora, que diminui a carga térmica e aumenta a eficiência energética do edifício, aliviando o sistema de climatização. O sistema de iluminação automatizado em LED, assim como o de climatização, atende às rigorosas normas internacionais de conservação de obras de arte ao mesmo tempo que reduz significativamente o consumo de energia e o impacto ambiental.

A obra foi feita aproveitando a estrutura preexistente no local, que costumava ser um edifício residencial. O desafio do projeto liderado pelos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni foi transformar o espaço repleto de paredes em uma área ampla com pé-direito alto para a acolhida e grande circulação de público, o que resultou ao projeto uma baixa pegada de carbono.

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A arquitetura do novo edifício, um grande arranha-céu preto que se destaca na Avenida Paulista, foi pensada para não competir com o prédio clássico projetado por Lina Bo Bardi, mas que haja uma relação de complementaridade. Em cada andar do Pietro, é possível avistar o Lina – e a própria cidade – por meio de amplas aberturas que se revelam apenas àqueles que estão dentro do prédio durante o dia. À noite, essas mesmas janelas mostram fragmentos do interior do edifício para a cidade. “Não são dois edifícios, é uma coisa só”, diz Martin.

Além dos vidros instalados nos andares inferiores do novo prédio, que dialogam com o vão livre, a geometria retangular das duas fachadas consiste em superfícies ininterruptas, sem emendas ou juntas. As conexões visuais entre os prédios também se apresentam no concreto aparente, nas cores e no volume.

Outro ponto de conexão é o túnel de 40 metros que interliga as áreas de acolhimento dos edifícios. Com conclusão prevista para o segundo semestre de 2025, a passagem subterrânea facilitará a circulação dos visitantes, promovendo o funcionamento integrado dos dois prédios e preservando o visual da paisagem urbana.

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“Há também todo um trabalho de restauro do Lina sendo feito, a recuperação do concreto aparente, da laje de cobertura do vão livre e dos pórticos. A nossa intenção é que em março, com a abertura do Pietro para o público, tenhamos boa parte dessas obras concluídas”, completou a gerente de projetos e arquitetura do Masp, Miriam Elwing.

Programação

O ano de 2025 será dedicado às Histórias da Ecologia. O museu promoverá exposições, cursos, palestras, oficinas, seminários e publicações que convidam à reflexão sobre temas urgentes, como a relação entre ser humano e meio ambiente, em diálogo com a cultura visual e as práticas artísticas.

Em março, para celebrar a inauguração das novas galerias do Edifício Pietro, serão apresentadas exposições com recortes do acervo Masp e uma mostra sobre as histórias do museu.

 

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