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A arte da paulistana Giovanna Cianelli, ilustradora de discos e livros

A assinatura caleidoscópica da designer, vencedora de dois prêmios Jabuti e autora de capas de Anitta, Marina Sena e Duda Beat

Por Tomás Novaes
25 abr 2024, 19h30
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  • Em uma casa repleta de antiguidades e vinis, punk rock soando nos fones de ouvido, Giovanna Cianelli, 34, cresceu entre duas paixões: o desenho e a música.

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    Hoje, esses dois universos estão misturados no dia a dia da designer e ilustradora, que assinou capas de discos de alguns dos nomes mais relevantes da música brasileira contemporânea.

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    A paulistana, criada no Tatuapé, trocou a terra da garoa pela brisa carioca há sete anos e hoje mora em Copacabana — praia que receberá, no dia 4, a estrela da ilustração inédita criada para a coluna Mural SP: a cantora americana Madonna.

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    “Eu vou ao show. Ela está vindo aqui no meu bairro, não posso fazer essa desfeita (risos)”, conta. Com referências tiradas de livros e jornais impressos, para ela o maior desafio nesse trabalho foi fazer uma síntese da diva pop.

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    “Ela continua transgressora. A questão é homenagear essa mulher que já foi tantas, sem glamorizar sua juventude. Acho que ela ficaria superbrava se fizesse uma ode à Madonna jovem, esquecendo que hoje ela é incrível.”

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    Artistas mulheres compõem a maior parte do portfólio musical de Giovanna, que ganhou visibilidade com a capa do disco De Primeira (2021), de Marina Sena. “Judy Chicago, uma artista de que gosto muito, diz que a história do mundo sempre foi contada através do olhar masculino. Trabalhar com mulheres me dá a sensação de que estamos falando da nossa perspectiva, com a nossa voz”, afirma.

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    A ponte para as cantoras veio ao conhecer o diretor criativo Marcelo Jarosz, que, depois de Marina, a levou para trabalhar com Anitta e Duda Beat. Há três anos, a artista montou um estúdio próprio, o Sonhorama, que também trabalha com audiovisual e literatura.

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    Além da música, a designer traçou carreira premiada no ramo editorial. Venceu o prêmio Jabuti duas vezes: em 2021, na categoria Projeto Gráfico, por O Médico e o Monstro, e em 2022, na categoria Capa, por 1984, ambos da editora Antofágica. Seu marido, o editor Daniel Lameira, fez a direção de arte de várias capas dela antes de montar a sua própria editora, a Seiva.

    “Trabalhei muito tempo com livros, o que me ajudou a ter uma visão da leitura digital”, conta. As cores e tipografias chamativas, com pitadas de psicodelia, carregam influências de diferentes épocas e fontes, do rock aos gibis.

    “Meu pai coleciona discos e trabalha com antiguidades, então a minha casa sempre foi esse amontoado de coisas velhas, o que, de alguma maneira, se reflete no meu trabalho”, diz.

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    Desenho presente no ‘Box Alice’, da editora Antofágica: ilustração de Giovanna Cianelli (Antofágica/Reprodução)

    Zines punks, capas de discos brasileiros, americanos e africanos, colagens em álbuns de rock, a revista de quadrinhos Chiclete com Banana e quadrinistas como Daniel Clowes e Chris Ware se misturam em sua mente criativa.

    “Não me prendo naquilo que é feito hoje e valorizo várias épocas. Sinto que muitas coisas inovadoras foram esquecidas. É difícil achar que vou criar algo totalmente original a partir do zero; sou humilde para entender que posso usar tudo que já foi feito para construir algo mais legal ainda”, resume.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 26 de abril de 2024, edição nº 2890

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