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“Pantanal é um amuleto da sorte para a família”, diz Gabriel Sater

Nascido na capital paulista, o músico embala a carreira com disco novo e presença no horário nobre da Globo como Xeréu Trindade

Por Tomás Novaes
19 ago 2022, 06h00

Quem vê o sotaque se surpreende quando lê no documento. Gabriel Sater, músico e ator, que interpreta o peão Xeréu Trindade no remake de Pantanal, é paulistano.

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Decerto que não durou muito tempo na movimentada capital paulista e partiu com 3 anos à vida rural em Campo Grande — a cidade natal de seu pai, Almir —, onde cresceu. “Fui criado nesse lugar incrível que é o Mato Grosso do Sul, e depois no Pantanal, a partir de 1991, quando meu pai adquiriu um pedacinho de paraíso naquele bioma mágico”, conta Gabriel.

Do pai, não tem só os traços e o sotaque pantaneiro, mas também o amor pela música e o interesse pela atuação. Almir, violeiro autor de clássicos como Tocando em Frente e Comitiva Esperança, garantiu sucesso nacional ao interpretar o Cramulhão na primeira versão da novela Pantanal, sucesso da TV Manchete em 1990.

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Imagem mostra pai e filho brincando na grama. A criança segura um violão de brinquedo
Filho e pai: música na veia. (Arquivo Pessoal/Divulgação)

A história se repetiu: Gabriel, violeiro, cantor e compositor como o pai, é sensação no horário nobre da televisão aberta mais de três décadas depois encarnando o mesmo personagem. “É impressionante como Pantanal é um amuleto da sorte para a família. Isso não estava nem nos meus maiores sonhos, e olha que eu nunca sonhei pequeno”, diz o músico, que teve de cancelar a lua de mel com a esposa, Paula Cunha, que também é sua produtora, para fazer o teste para o projeto, em novembro de 2020.

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Gabriel fez o processo em segredo e só revelou ao pai quando recebeu a resposta positiva. Apesar de pequeno na época, ele se lembra da primeira vez que o viu na televisão. “A minha mãe ficava um pouco receosa com as cenas de nudez, mas eu não conseguia não acompanhar. Até para dormir era complicado, porque eu queria assistir. Lembro de ver meu pai herói, meu ídolo na novela, ali com 9, 10 anos”.

Hoje, os dois dividem juntos cenas e rinhas de viola, com Almir interpretando o chalaneiro Eugênio. “É assim também que a gente tenta retribuir para o bioma toda a nossa energia e o nosso apreço pela preservação daquele lugar”, conta.

Imagem mostra homem com camisa preta sorrindo para a câmera. Ele tem cabelo comprido
Sem chapéu: o músico e ator de 40 anos. (Tadeu Bara/Divulgação)

A paixão pela terra sul-matogrossense não foi o bastante para manter Gabriel na vida pantaneira, e o músico vive na capital paulista desde 2008. Mesmo aqui, reside longe das avenidas lotadas: mora na montanha. “A Serra da Cantareira é um pedacinho de Pantanal em São Paulo”, costuma dizer. Foi nesse canto que se isolou em 2021 para fazer sua preparação para o papel, com a ajuda do parceiro musical João Gaspar e da preparadora de elenco Erika Altmeyer.

Desses meses de isolamento, nasceu um disco inteiro, Erva Doce, que está sendo lançado aos poucos, em formato de singles — o próximo, Canoa, está marcado para sexta-feira (26). Entre modas de viola instrumentais e canções de amor, o álbum conta com a regravação do tema da novela original: Amor de Índio, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, desta vez com acompanhamento mais do que especial do maestro João Carlos Martins.

A decisão de registrarem juntos o tema-símbolo do amor de Jove e Juma, por incrível que pareça, veio antes das gravações, por vontade do próprio maestro. “A gente não tinha nenhuma intenção de colocar a música na novela, a gente gravou para incluir no disco novo. E então ‘o destino que se cumpriu’, como diz a letra”, conta Sater.

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Os dois estarão juntos em São Paulo com a Bachiana Filarmônica Sesi-SP nos próximos dias 5 e 6, no palco do Teatro Santander, para um show que mescla peças clássicas e pantaneiras, a união do piano com a viola.

Apesar do reencontro com o Pantanal durante a gravação da novela, Sater adianta que quer continuar chamando a cidade de casa. “São Paulo me trouxe condições de seguir meu sonho de artista. É um lugar que me deu muita sorte, fiz amizades pra vida, minha família ama morar aí. Sinto que meu umbigo está enterrado nesta terra também, como dizem os mais velhos”, diz, espirituoso.

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de agosto de 2022, edição nº 2803

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