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Trabalho de Raquel Arnaud vira tema de mostra

Galerista selecionou pessoalmente as obras que retratam seus quarenta anos de experiência

Por Laura Ming
Atualizado em 5 dez 2016, 15h07 - Publicado em 21 mar 2014, 16h09

Em cartaz até 4 de maio no Instituto Tomie Ohtake, a exposição Afinidades faz uma homenagem aos quarenta anos de trabalho da galerista Raquel Arnaud, uma das mais antigas de São Paulo. Ela mesma, que ainda toca um centro cultural que leva seu nome em Pinheiros, selecionou as 116 obras da montagem. Lygia Clark, Carmela Gross, Mira Schendel, Amilcar de Castro e outros grandes artistas foram contemplados – muitos deles, inclusive, foram ou são seus amigos pessoais. Confira abaixo um bate-papo com Raquel:

 

Quem escolheu as 116 obras expostas? Eu mesma escolhi todas. Usei o critério cronológico, de quando vendi as obras. O [Arthur Luiz] Piza foi o primeiro artista que eu expus, por isso há mais trabalhos dele, incluindo uma gravura chamada Raquel, em homenagem a mim.

Como é sua relação com os artistas? Sou amiga deles. O Willys de Castro vinha quase todos os dias à minha galeria, dá uma saudade! Aprendia vendo as coisas dele. O Sergio [Camargo] também era um grande amigo, tanto que até hoje cuido do espólio dele, que não ficou com a família. Ele que me apresentou o [pintor venezuelano] Cruz-Diez.

Sente orgulho por ter descoberto vários nomes hoje consagrados? Ah, tem o Tunga, o Waltercio (Caldas), o (Carlos) Vergara, o José Resende. Quando comecei a representá-los, eles ainda eram considerados artistas jovens. Eu também era mais jovem.

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E conseguia vender seus trabalhos? Não, era difícil, eles ainda não eram reconhecidos. Eu vivia da comissão de vendas de obras impressionistas europeias. Muitas vezes usava esse dinheiro para bancar o trabalho deles.

Como foi ver a mostra pronta? Parei logo na entrada e chorei. Cada trabalho exposto me reporta a uma situação, lembro do artista, de quando fiz a venda, do destaque na casa do colecionador. Está cheio de historinhas por aqui.

Pode contar uma delas? Tinha uma época que a Lygia Clark estava sem dinheiro, na dureza total. Então começou a fazer trabalhos com caixas de fósforos, que ela pintava e criava estruturas. Hoje estão na coleção de um amigo e valem uma fortuna. 

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