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Paulistanas que iam a Miami montar enxoval decidem fazer compras aqui

Por causa do dólar alto, viagens desse tipo já não valem tanto a pena; setor brasileiro comemora o aumento de fluxo de público

Por Andreza Monteiro e Jennifer Detlinger
Atualizado em 1 jun 2017, 16h02 - Publicado em 6 ago 2016, 00h00

Nos tempos do dólar a um preço mais amigável, Miami, na Flórida, virou a meca das compras. Muitos paulistanos viajavam para lá a fim de renovar o guarda-roupa, adquirir novidades eletrônicas e, sobretudo, montar o enxoval do bebê. Era um ótimo negócio. Itens básicos, como babá eletrônica, mamadeira com bico ortodôntico e cadeirinha para carro, saíam até cinco vezes mais baratos que em lojas daqui.

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A conta compensava despesas com passagem aérea, hospedagem, alimentação e transporte local. Esse quadro começou a mudar de um ano e meio para cá, com a alta da moeda americana (a cotação da última quarta, 3, estava em 3,24 reais). Computando-se atualmente todos os gastos, a relação entre o custo e o benefício de uma viagem assim não é mais tão bacana quanto no passado.

Depois de colocar todas as despesas no papel, pessoas como a analista judiciária Flávia Guimarães, de 33 anos, grávida de cinco meses, e seu marido, Giovanni Carneiro, de 38 anos, dono do restaurante Consulado Mineiro, na Praça Benedito Calixto, desistiram de embarcar. “Não faz sentido mais encarar uma jornada cansativa se não for para economizar”, diz Flávia.

trabela enxoval
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Acostumada a receber multidões de brasileiros em seus shoppings e outlets, Miami sentiu a ausência desses consumidores no último ano. Segundo os mais recentes dados disponíveis do Greater Miami Convention & Visitor Bureau, o órgão local de turismo, os gastos desse público no comércio de lá caíram 5% em 2015, comparados aos do ano anterior. Curiosamente, o número de visitantes brasileiros na cidade americana, incluindo paulistanos, aumentou 2% no mesmo período. O fenômeno, de acordo com profissionais do setor, deve-se a uma mudança no comportamento desses visitantes. “Eles têm usado o dinheiro em entretenimento, em vez de ir às lojas”, afirma Jussara Haddad, especialista em turismo do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo.

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Os estabelecimentos da capital voltados para o mercado de artigos para bebês, depois de um longo período sofrendo com a concorrência da “ponte aérea” São Paulo-Miami, respiram aliviados e já começam a contabilizar ganhos com a inversão da tendência. “Tivemos um crescimento de 40% na procura por itens importados”, comemora Vanessa Mendes, gerente da BBTrends, megastore dos Jardins especializada em enxoval.

Um dos produtos mais procurados da loja é o carrinho Moodd, da Quinny. O equipamento completo, com bebê-conforto e moisés (cesta para o nenê), sai no Brasil por 6 700 reais. Em Miami, custa 4 000 reais. “Uma das vantagens de comprar aqui é a possibilidade de parcelar o valor”, explica Milton Bueno, diretor de marketing da Alô Bebê, rede com treze lojas na cidade. De acordo com o executivo, mesmo em um período de retração da economia, os estabelecimentos registraram um aumento de fluxo de público de 7% desde o início de 2016. “Eram as pessoas que costumavam viajar”, completa Bueno.

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