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Forever 21 inicia nova onda de investimentos internacionais na capital

Dezenas de marcas gringas desembarcaram por aqui no último ano. E muitas outras ainda virão

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 15h09 - Publicado em 14 mar 2014, 19h13

Neste sábado (15), o MorumbiShopping promete ser palco de uma cena cada vez mais corriqueira na vida dos paulistanos nos últimos tempos. Às 10 horas, a rede de fast-fashion americana Forever 21 inaugurará sua primeira filial no país. Uma imensa fila de clientes afoitas deverá se formar em frente à loja de dois andares e 1 100 metros quadrados. Serão vendidos por lá roupas, acessórios, lingeries e sapatos femininos. Muito do furor se deve a uma estratégia de marketing comum a esse tipo de negócio: as 500 primeiras pessoas a entrar ganharão uma ecobag e um par de chinelos. O frisson pela chegada desses empreendimentos é tão grande que as marcas precisam se preparar. É bem possível que, após a invasão das freguesas, o espaço lembre um campo de batalha, com direito a disputa por itens. “Os brasileiros nos pediam a vinda da Forever 21 por telefone, e-mail, redes sociais e nas próprias lojas estrangeiras. Sabemos que eles esperaram muito”, diz a gerente de marketing Kristen Strickler. “Temos um grande estoque de peças para não deixar faltar produtos.” Mesmo com os altos impostos de importação, o que desencoraja muitas cadeias a investir no país, o negócio faz valer a fama de preços camaradas que pratica no exterior. Por aqui, haverá calças jeans entre 34,90 e 104 reais, brincos na faixa dos 15 reais e regata básica a 8,90 reais.

 

A Forever 21 é apenas uma das dezenas de marcas gringas que desembarcaram por aqui no último ano. E muitas outras ainda virão. O magazine sueco também de fast-fashion H&M, por exemplo, tem presença confirmada, sem data de abertura definida ainda. “Esse movimento não é de hoje, mas ganhou força nos últimos anos graças ao potencial de crescimento do Brasil, e, como viajamos mais, acabamos conhecendo as marcas que nos agradam”, afirma Paulo Cesar Mauro. Ele é presidente da Global Franchise, empresa de consultoria para os estrangeiros interessados no Brasil. Entre os planos de negócios atuais, a companhia trata da volta da loja de departamentos Sears, que fechou as portas por aqui no início dos anos 90. “Mais que aceitarmos muito bem os produtos de fora, nós os desejamos”, completa o especialista. Os Estados Unidos dominam o mercado. Por isso, Mauro abriu recentemente dois escritórios em terras americanas para facilitar as negociações. Gigantes como o grupo IMC, que comanda o Frango Assado e o Viena, também investem pesado nas redes de lá. Após trazer a lanchonete Carl’s Jr. em 2012, comprou os direitos do restaurantes Red Lobster, de frutos do mar, do Olive Garden, de culinária italiana, e do LongHorn Steakhouse, especializado em carne.

 

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O ramo de alimentação está cheio de novidades. Há cerca de dois meses, Moema ganhou a primeira filial do Tony Roma’s, restaurante cujo cardápio exibe com destaque a costelinha de porco. Veio para competir com o Outback e o Applebee’s, que vivem lotados. “Seis gerentes fizeram um treinamento nos Estados Unidos durante oito semanas para aprender o padrão da marca”, diz Carlos Passos, um dos sócios, que tem contrato para trinta franquias em dez anos, sendo dez delas em São Paulo. No mercado de hambúrguer surgiu o Johnny Rockets, com a inauguração em dezembro da primeira unidade em Guarulhos. Ela se instala ainda neste mês no Tietê Plaza Shopping e, em abril, no West Plaza. É a ponta de um iceberg de 100 unidades nacionais, previstas para ser implementadas em duas décadas. “Os americanos olham o tamanho do Brasil e vislumbram centenas de lojas, só que é preciso seguir com cuidado”, afirma o dono, Antônio Augusto de Souza. Ele tenta trazer a rede para cá desde 2003, mas o negócio atrasou devido a um obstáculo inesperado: um empresário havia aberto uma cópia descarada, a lanchonete Rockets, nos Jardins. A marca precisou entrar na Justiça para resolver o problema e só em 2011 obteve liminar que proíbe o concorrente, que existe até hoje, de usar o nome.

As redes famosas que chegam aqui geralmente não passam apuros com as vendas, já que têm megaestrutura para estudar o mercado e demanda espontânea. Por isso, os custos de instalação, que são em média 500 000 e podem chegar a 10 milhões de dólares, costumam valer a pena. Existem exceções, casos de cadeias que não deram certo, como a T.G.I Friday’s e a Dunkin’ Donuts, essa última ainda com intenções de voltar. Um dos segredos do sucesso é tropicalizar o produto, como fizeram o Johnny Rockets e o Tony Roma’s. O primeiro inclui hambúrgueres de picanha e o segundo apostou em caipirinhas.

As primeiras unidades do KFC esbarraram na falta de hábito dos clientes para comer só o frango frito e com a mão. Na terceira tentativa, nos anos 2 000, o restaurante incluiu mais sanduíches e pratos feitos. A rede tem oito unidades no estado até agora. No campo da moda, a Gap, aberta no ano passado, investe nas peças que agradam ao público daqui. “As brasileiras preferem calças mais justas e de cintura baixa. Já os homens são mais conservadores”, explica o diretor comercial Pierre Schrappe. Marcas de luxo também escolheram São Paulo para sua expansão. Elas procuram pontos de grande visibilidade em centros de compras como o MorumbiShopping, Cidade Jardim e a rede Iguatemi. “Mesmo que os produtos sejam mais caros, uma loja aqui tem atendimento em português, oferece a possibilidade de troca e pagamento no cartão em diversas parcelas”, informa Martim Machado, advogado especializado nesse mercado. “Isso conquista o cliente.”

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