Teste escolhe os melhores ceviches da cidade
Testamos em vários endereços da capital a receita típica peruana feita de cubos de peixe cru marinados
À mesa, a curiosidade do paulistano fala mais alto que o pé atrás com o desconhecido. Prova disso é a velocidade impressionante da assimilação por aqui de modinhas gastronômicas importadas. Seguindo o exemplo dos sushis e sashimis japoneses, hoje completamente incorporados ao cotidiano da cidade, o ceviche peruano conquistou de vez seu espaço.
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Em 2009, quando o latino Killa Novoandino abriu as portas, em Perdizes, os garçons precisavam explicar o que era esse tal prato feito com peixe cru e frutos do mar. “Só alguns poucos clientes já tinham visitado o Peru e conheciam o sabor”, conta o proprietário Georges Hutschinski.
Hoje, a receita faz parte do cardápio de restaurantes típicos, contemporâneos e até da espécie de lanchonete do boliviano Checho Gonzales, no Mercado Municipal de Pinheiros. “A aceitação aumentou. Em um único dia da feirinha O Mercado, chego a vender 800 ceviches”, diz Gonzales. No seu balcão, porém, ele toma alguns cuidados para não “assustar” o paladar de quem mora em São Paulo e não está acostumado, por exemplo, a comer muito coentro. “Tiro o talo e pico só as folhas, para ficar mais suave”, explica. Além desse ingrediente, são fundamentais na marinada o suco de limão, o caldo de peixe, a pimenta e a cebola (de preferência, roxa). Em tempo: não hesite e beba o caldinho, é uma delícia.
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Entre dezembro e fevereiro, VEJA SÃO PAULO testou seis variedades da pedida feita com frutos do mar em cinco das melhores casas especializadas e também em um endereço contemporâneo, que mantém a sugestão no menu desde a inauguração. Foram avaliados itens como o frescor dos ingredientes, a temperatura da mistura, a regularidade no corte dos cubos do pescado e a textura do camarão, presente em todas as versões.
Confira abaixo o resultado e acesse abr.ai/receita-ceviche para aprender a fazer ceviche em casa. Para ver o endereço dos estabelecimentos, clique no nome dos restaurantes:
1º) SURI CEVICHE BAR: Dagoberto Torres não tem medo do coentro: o tempero marcante dá graça à corvina, sem ofuscar o sabor do limão, das perninhas de lula e do camarão (R$ 39,00; 200 gramas).
2º) LA MAR: Caprichada na cebolaroxa e na pimenta, a opção de dourado e mariscos do dia impressiona pela textura perfeita do camarão e do polvo. Pena que os 80 gramas (R$ 31,00) acabem rápido.
3º) COMEDORIA GONZALES: A peixaria vizinha no Mercado de Pinheiros fornece os ingredientes mais frescos do dia, como atum, camarão, lula e vôngole. O preço camarada não muda: R$ 18,00 (220 gramas).
4º) KILLA NOVOANDINO: Tem a melhor batata-doce de acompanhamento, cozida na laranja. A porção de 300 gramas de buri, lula e camarão está em promoção: foi de R$ 35,00 para R$ 25,00.
5º) MARAKUTHAI: Além da antiga versão intitulada yala, a chef Renata Vanzetto faz a chamada megusta, que é suave (até demais) no coentro e na pimenta. Nela predomina o leite de coco (R$ 35,00; 250 gramas).
6º) RINCONCITO PERUANO: O jeito displicente de fazer o prato fica evidente nos mexilhões passados. Mas as tiras de tilápia no suco de limão e o milho crocante são um pouco melhores (R$ 33,90; 280 gramas).