Continua após publicidade

Público retorna a bares e restaurantes, mas faturamento é baixo

Em quase um mês de reabertura, endereços veem o ressurgimento da clientela sem grandes aglomerações

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h45 - Publicado em 31 jul 2020, 06h00
Boa Praça na Faria Lima: com área ao ar livre (Danilo Verpa/Folhapress/Veja SP)
Continua após publicidade

É morna a temperatura da retomada do público a bares e restaurantes da cidade. Desde o dia 6 de julho estabelecimentos da gastronomia puderam voltar a acolher a clientela, com uma série de restrições.

Um dos lugares que optaram por retornar foi o Boteco Boa Praça, no Itaim Bibi, com atraente área ao ar livre na Faria Lima. Todos os 100 assentos — 150 menos que o normal, de acordo com os decretos estaduais — estavam ocupados no último fim de semana. Felizmente, não se viram no entorno cenas de aglomeração como as registradas no primeiro dia da reabertura no bairro do Leblon (RJ), em 2 de julho — um dos vídeos que mostram o desrespeito ao distanciamento social foi gravado em frente à filial carioca do bar.

“Ao atender as pessoas sentadas, a operação fica cinco vezes mais simples, mas o faturamento é apenas 20% do que era antes”, lamenta Alessandro Ávila, CEO do A.Life Group, que comanda a casa. A cifra coincide com a porcentagem que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP) divulgou como a média da receita atual em relação às registradas anteriormente à pandemia.

O horário restrito — das 11 às 17 horas — é apontado por empresários como um grande entrave. Na última semana, circulou pelas redes sociais um protesto que pede ao governador João Doria que autorize os estabelecimentos a funcionar à noite. “Estamos trabalhando duro para trazer de volta os funcionários que ainda estão em casa, uma vez que a receita do delivery não paga a operação”, diz Milton Freitas, dono de espaços como Antonietta, em Higienópolis, e Jacarandá, em Pinheiros, e um dos apoiadores da carta.

Continua após a publicidade

+ Leia mais notícias sobre bares no blog Notas Etílicas

Endereços que abriam só no jantar, sobretudo bares, passaram a funcionar no almoço, muitas vezes em regiões corporativas esvaziadas. Dessa forma, o forte tem sido mesmo o fim de semana. Teve lugar até que decidiu operar só aos sábados e domingos, caso do bar Trabuca, no Itaim Bibi e no Jardim Paulista. “Às 14 horas já estávamos full”, conta o sócio Denis Endo Nicolini.

+Assine a Vejinha a partir de 6,90

Continua após a publicidade
Movimentação em bares da Vila Madalena
Pessoas confraternizam perto de bares na Vila Madalena: desrespeito às recomendações (Danilo Verpa/Folhapress/Divulgação)

A calçada foi proibida nessa primeira fase. “Ter mais lugares para a clientela ajudaria a diminuir o prejuízo e, consequentemente, evitaria demissões”, defende Armandinho Lara, das redes Tatu Bola e Eu Tu Eles. Nem todos, porém, são favoráveis ao serviço perto da rua neste momento. “Sempre vai ter aqueles que fazem zona”, acredita Ronaldo Camelo, do Grupo São Bento.

E assim foi visto em regiões boêmias, como Pinheiros, Itaim Bibi e Vila Madalena, onde alguns grupos bebiam na rua, em frente ou perto de bares. A atitude é condenada pelos donos das casas e médicos.

Continua após a publicidade
Jordão
Jordão Bar, no Tatuapé: distanciamento entre as mesas (Divulgação/Veja SP)

Empresários ouvidos pela reportagem relataram raros os casos de clientes que se recusavam a ir embora na hora ou a usar máscaras. “A fiscalização está atuante”, diz Sergio Cardoso, do Jordão Bar, no Tatuapé. “Mesmo assim, tem gente que parece que não está vendo as notícias e chega às 17 horas querendo entrar.” De acordo com a secretaria das Subprefeituras, até domingo (26), 219 estabelecimentos gastronômicos haviam sido interditados nos três últimos fins de semana por não cumprir os decretos.

Trabuca
Unidade dos Jardins do Trabuca: só aos fins de semana (Divulgação/Divulgação)

Quem faz questão de ir a um bar ou restaurante deve permanecer de máscara pelo menos até o momento de a comida chegar, evitar o serviço de manobrista e preferir espaços ventilados, explica o médico Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Mas ele reforça que ainda não é hora de sair de casa. “Ninguém come de máscara”, lembra. “Com a flexibilização, cria-se a sensação de que acabou o problema, mas só poderemos sair como antes quando tivermos uma vacina.” Até a última terça (28), a capital somava 213 436 casos de Covid-19, segundo estimativa da prefeitura.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 5 de agosto de 2020, edição nº 2698. 

+ ASSISTA A LORENÇATO EM CASA

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.