Bufê de sopa: testamos seis opções em São Paulo
Saiba qual foi a avaliação dos caldos oferecidos por padarias badaladas, entre elas Bella Paulista e Galeria dos Pães
Nas padarias de grande porte, o vaivém intenso de gente segue até altas horas da madrugada. Isso ocorre inclusive às segundas-feiras, consideradas dias de movimento ruim em bares e restaurantes da capital. Muitos deles sequer abrem as portas. Nas padocas, contudo, é diferente. O motivo? O bufê de sopas.
- Chocolate quente é boa pedida para uma pausa
- Bares para saborear caldinhos quentes
- Restaurantes oferecem fondue na temporada de frio
Salão cheio e ruidoso. Esse era o cenário na Galeria dos Pães, endereço de funcionamento 24 horas no Jardim América, no último dia 9, uma segunda-feira. Por volta das 22h, havia poucas mesas desocupadas no mezanino. A cumbuca usada pela pessoa que havia comido ali antes ainda estava lá — e permaneceu até o fim da visita. Toda noite, cerca de 300 pessoas passam pelo espaço. Durante o outono e o inverno, esse número sobe para 800 e a espera pode durar até 1 hora.
Na rede Dona Deôla, com cinco unidades, uma média de 50 000 litros de sopa são consumidos entre junho e agosto. Esse número cai pela metade no resto do ano.
Esse modelo faz sucesso pela ideia de custo-benefício. Na maioria desses estabelecimentos, pagam-se, em média, R$ 30,00 para comer à vontade. Se o preço mostra-se atraente para uma metrópole cara como São Paulo, resta saber se compensa. A questão é: há caldos gostosos e quentinhos, servidos em ambiente limpo e na companhia de bons pães e torradas?
VEJA SÃO PAULO testou os bufês de sopas de seis superpadarias da cidade, entre as mais badaladas. Confira o ranking e saiba onde vale a pena fazer uma refeição quentinha.
A bem apresentada bancada de sopas e quitutes foi a que mais agradou da seleção. Point superbadalado na região do Baixo Augusta, quase sempre possui espera. Quem está sozinho pode se acomodar no balcão com mais facilidade. Além dos cinco caldos gostosos (e bonitos de ver), há muitas opções de pães salgados e doces, torradas, queijos, patês e sobremesas inclusos no pacote. Embora seja o lugar mais caro da lista, o pacote dá direito a bebidas como água e sucos naturais. O conjunto mereceu a medalha de ouro.
- Bufê: os funcionários cuidam para que esteja sempre limpo. Plaquinhas que indicam os sabores dos caldos cinco caldos do dia, dispostas na prateleira em cima dos réchauds.
- Sopas: são reconfortantes (e be quentinhas!) as versões de alho-poró e de abóbora com carne-seca desfiada, essa bem equilibrada. Um creme mais consistente leva cubos de carne, cenoura e cogumelo-de-paris.
- Preço: R$ 39,40
- Informações: segunda a domingo, das 18h às 4h.
2. Dona Deôla
Fizemos o teste na unidade do Alto da Lapa, mas há outras espalhadas por outras regiões da cidade (clique para conferir os endereços). Nesta filial da Zona Oeste, o movimento mostra-se intenso e o atendimento eficiente dá conta da demanda. Na Pompeia, o bufê, que reúne também opções de salada, pratos quentes e pães, além de sobremesas (bebidas são pagas à parte), é mais bem organizado. Ficou em segundo no nosso ranking, quase grudada na primeira colocada, por aliar variedade e qualidade.
- Bufê: bem farto, com seis opções de sopa por noite. Os funcionários ficam atentos para repor as cinco sugestões de caldos conforme vão acabando.
- Sopas: a canja merece elogios. Feita com frango desfiado (muitas padarias usam nacos grandes), batata, cenoura e arroz, tem gostinho caseiro. Outros acertos: caldo verde com couve rasgada e creme de ervilhas.
- Preço: R$ 33,90
- Informações: segunda a domingo, das 18h às 2h (exceções: na Pompéia, termina às 21h30 aos domingos; na Saúde, funciona diariamente das 18h às 21h30).
Famosa no ABC, ganhou sua primeira filial paulistana em janeiro — e de funcionamento 24 horas (só fecha na madrugada de terça). A grande atração é a coxinha de massa fina e fritura crocante. Desde o início de junho, todas as unidades oferecem três sopas à noite. Pela variedade reduzida de caldos, ficou na terceira posição. Onze opções aparecem em revezamento no bufê, um trio de sabores por noite. Simples, elenca poucas e boas opções de acompanhamentos, como a torrada de alho, para molhar nos caldos.
- Bufê: os pratos grandes e fundos fazem bonito, mas podem ser pouco práticos para quem deseja provar um pouco de cada.
- Sopas: são bem apresentadas e corretas. A versão de mandioquinha estava gostosa, apesar do forte gosto de alho. Mais pesado, o caldo verde traz bastante calabresa cortada em rodelas. Leve e saborosa, a melhor receita combina vagem, batata, cenoura e frango.
- Preço: R$ 28,20
- Informações: terça a domingo, das 17h30 às 3h (em dias de mvimento maior, fica até as 4h); segunda, até as 22h25.
4. Paris
No miolo do Jardim França, na região de Santana, Zona Norte, exibe um bonito e moderno salão. Não estranhe se os garçons não o atenderem logo de cara. É preciso tocar uma espécie de campainha colocada sobre as mesas para requisitar a visita de um funcionário. O bufê revela-se regular (que não é sinônimo de ruim, vale ressaltar), no entanto ganha pontos pela variedade de pratos, bem como pela oferta de pão italiano para encher com os caldos — é a única da seleção que oferece essa possiblidade. Oferece ainda saladas, pizza em fatias, carne louca para rechear o pão francês e até sushi.
- Bufê: a equipe de funcionários cuida para que as cumbucas não acabem e repõe as sopas (são sempre quatro opções) sempre que necessário.
- Sopas: embora a canja e a versão de legumes tenham cor “amarelo-caldo-Knorr”, o gosto não lembra o dos tabletes industrializados (ainda bem!). O caldo verde com couve fininha e rodelas de linguiça agrada mais do que as outras opções. Nenhuma delas brilha, mas todas aquecem o corpo antes de dormir.
- Preço: R$ 34,90
- Informações: segunda a domingo, das 17h30 às 23h30
5. Villa Grano
Foi visitada a unidade da Vila Madalena, que funciona 24 horas (o bufê de sopas vai até a 1h). Mas na filial da Vila Clementino é montado um bufê semelhante, com as mesmas opções de caldos e acompanhamentos. Talvez o horário de atendimento menor — fica aberta até 22h40 — seja uma vantagem, pois com o passar do tempo a qualidade da comida costuma cair. A refeição inclui saladas e pratos quentes com jeitão de restaurante por quilo.
- Bufê: as quatro opções de sopa pecam na apresentação (não raro, forma-se uma espécie de crosta de ressecamento sobre os caldos) e na qualidade.
- Sopas: a canja mais parece um frango ensopado, tamanha a desproporção entre o caldo e os demais ingredientes (apenas cenoura e batata, não leva arroz). A ave em pedaços grandes também contribui para essa sensação. De tão encorpado, o caldo de cebola lembra um purê ralo. Salvou-se, porém, o caldo de lentilha.
- Preço: R$ 29,90
- Informações: segunda a domingo, das 18h à 1h, na Vila Madalena, e das 17h30 às 22h40, na Vila Clementino.
Embora muito procurada, serve caldos feitos sem capricho em réchauds quase sempre cobertos por respingos já ressecados pelo calor. Se o público não se incomoda com a apresentação, deveria notar o serviço pouco eficiente. Os funcionários demoram a limpar as mesas e não raro as cumbucas sujas se acumulam em frente aos clientes. O preço inclui seis sabores de sopa, pães, doces, frios, sucos (o de laranja é natural) e até chá ou café para arrematar.
- Bufê: como os réchauds não têm tampa, o vapor sobe para a prateleira de vidro onde ficam os acompanhamentos. As leis da física são precisas: a fumaça condensa e cai em forma de gotas sobre os caldos, o que causa uma impressão nada boa.
- Sopas: muito gordurosos e pesadões, os cremes não agradam. É o caso da versão de espinafre com queijo branco e da feita com cebola, tão densa que parece um purê. Nem o caldo de legumes e carne com macarrão molenga se salva. A canja, com pedaços muito grandes de frango, se saiu um pouco melhor.
- Preço: R$ 31,80
- Informações: segunda a domingo, das 18h às 5h.