Bons bares para levar um amigo estrangeiro
A Copa do Mundo deve atrair muitos turistas internacionais à cidade. Se você está ciceroneando um deles, confira um roteiro com sugestões
O mix de idiomas que se ouve pelas ruas provoca a sensação de que cresceu o número de turistas internacionais em São Paulo. Fato é que, mesmo sendo o Rio de Janeiro o cartão-postal do país, a capital paulista se tornou a segunda cidade que mais recebe visitantes estrangeiros na América Latina, com alta de 10,7% em 2013 ante 2012. A expectativa é de que, neste ano, Sampa irá receber 2,4 milhões de visitantes, segundo dados do Índice Mastercard de Destinos Globais — superando o Rio, que deve atrair 1,4 milhão.
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A Copa do Mundo de 2014, que tem como uma das cidades-sede São Paulo, deve atrair muitos estrangeiros. Por isso, reunimos endereços que costumam agradar visitantes internacionais, como o Bar da Dona Onça, no Copan, que serve drinques e pratos deliciosos em ambiente glamouroso, ou Ó do Borogodó, na Vila Madalena, com sua animada programação musical. Há ainda lugares badalados e sempre em alta, como o Skye, no Hotel Unique, e o bar-balada Caos, no Baixo Augusta.
■ Aconchego Carioca: a decoração segue os padrões da matriz, no Rio de Janeiro, por isso é um ótimo lugar para levar os gringos. No cardápio, os afamados bolinhos criados pela chef Kátia Barbosa aparecem em oito versões. O de virado à paulista tem massa de feijão-carioca preenchida por couve, linguiça, bisteca e ovo. Elaborada por Eduardo Passarelli (ex-Melograno), a carta de cervejas traz 190 rótulos divididos por estilo. Uma pedida certeira: a inglesa Strong Suffolk Vintage Ale, envelhecida em carvalho.
■ Astor: um dos mais importantes bares da cidade, seduz a clientela com um ambiente que remete ao clima boêmio dos anos 1950. No cardápio, encontram-se canapé frio de salmão, lombo assado com lentilha, estrogonofe e os filés de corte alto, como o ao molho de mostarda de Dijon acompanhado de batata frita estufadinha, feita na casa. De colarinho cremoso, o chope (Brahma) faz bonito. Os gringos vão adorar o gostoso picadinho, um clássico do menu do Astor, e, é claro, as caipirinhas da casa. Para completar, no subsolo está o SubAstor, que tem clima de “speakeasy” e faz drinques deliciosos.
■ bar.: o lugar, batizado de bar., encanta pela versatilidade. Dá para se jogar na pista do 2º piso ao som de pop rock e música eletrônica. A estrela da casa é a carta de bebidas, assinada por Talita Simões. Da lista de drinques revisitados, prove o bramble de gengibre, feito com gim, licor Chambord, limão-siciliano e xarope de gengibre, que confere frescor à mistura. Na cozinha, o chef Marcos Lee prepara sugestões criativas e de pegada mais contemporânea. Ótima, a costela suína ao molho de framboesa descansa vinte minutos no forno para ficar pururuca. Chega à mesa ao lado de pão chinês cozido no vapor. Abre excepcionalmente no domingo (26) a partir das 16h.
■ Bar Brahma: qualquer gringo fã de MPB vai querer conhecer a esquina mais famosa de São Paulo, imortalizada por Caetano Veloso no clássico Sampa. Sendo assim, leve-o para conhecer o turístico Bar Brahma, que tem forte vocação musical e apresentações regulares de “dinossauros” como Cauby Peixoto e Originais do Samba. Se entre um chope (Brahma) e outro a fome apertar, recorra a um dos pratos (picadinho de filé-mignon).
■ Bar da Dona Onça: a casa instalada no Edifício Copan, uma das obras mais importantes de Oscar Niemeyer (1907-2012), no centro, brilha pela cozinha. Quem comanda as ações ali é a espevitada Janaína Rueda. Com preços que não são exatamente de boteco, entre as dezenove sugestões para petiscar, aparecem os mexilhões cozidos na cerveja e algumas frituras perfeitas, como a delicada couve-flor à milanesa. Outra marca registrada do lugar são as receitas de pendor caipira. O arroz mexidinho, misturado com feijão, carne moída, couve e farinha de mandioca, vem coroado por um ovo frito de gema mole. Para acompanhar, peça a boa caipirosca onça pintada, de tangerina e maracujá em copo alto.
■ Bar Léo: o boteco decano da cidade reabriu em agosto de 2012, sob administração do grupo que controla o Bar Brahma, no centro. O ambiente, ainda bem, não mudou (ganhou só mais iluminação) e foram mantidos quatro funcionários, entre eles, o garçom Luiz de Oliveira, de 91 anos, lenda viva do bar. Por outro lado, percebe-se que o boteco está com uma pegada mais comercial. Um sintoma disso são as novas caldeiretas, que estampam um enorme logotipo da Brahma. Agora realmente da marca anunciada, o chope voltou a ser tratado com carinho. Um dos acertos da nova administração foi manter o tirador Fernando Lopes no comando da chopeira, em formato de caneca alemã. Com uma única torneira, a máquina exige habilidade para equilibrar com a espátula o líquido e o creme, de três dedos de altura.
■ Caos: o espaço para lá de estiloso funciona como loja de antiguidades durante o dia, com mais de 3.000 produtos para venda e locação. Brinquedos, televisões e até uma bicicleta forram as paredes e o teto em uma charmosa decoração retrô. À noite, o clima esquenta com drinques diferentões e cerveja (Heineken long neck). O DJ anima a apertada pista, ao som de rock, soul, hip-hop, ritmos brasileiros e funk.
■ Casa de Francisca: capaz de acomodar apenas 44 pessoas por noite, o endereço, tão discreto quanto sedutor, cativa por seu estilo único. Trata-se de uma espécie de bar-teatro-cabaré hospedado num imóvel de 1913. Restaurado, já passou por três reformas — para ajudar a bancar a última delas, 53 artistas exibiram-se no Teatro Oficina em março de 2012. O ambiente à luz de velas inclui um nostálgico microfone típico de estúdios de gravação e antigas cadeiras de cinema. Na programação, alternam-se talentos da nova geração, entre eles Romulo Fróes, Juçara Marçal e Marina de la Riva, e nomes como Arrigo Barnabé e Paulo Vanzolini.
■ D4 Boteco Galeria: o colorido e alternativo ambiente combina mesas de madeira, típicas de botequim, com trabalhos de arte urbana. Com o avançar das horas, as atenções se voltam para o piso superior, onde há uma pista de dança (funk, soul, nu jazz e electro rock), aberta de terça a domingo. Para bebericar, escolha entre o chope Stella Artois e um dos dezenove drinques, caso do miles davis, mistura de vodca, limão-taiti, xarope de capim-limão e um toque de espumante.
■ Filial: aberto até altas horas, seu salão com estilo de boteco costuma atrair boêmios, jornalistas, publicitários e culturetes. Para acompanhar o chope (Brahma), a cozinha faz bonito no cremoso bolinho de arroz com formato de croquete.
■ Frangó: detentor da melhor carta de cervejas da cidade, segundo o júri do especial “Comer & Beber”, o boteco aberto há 25 anos mantém-se uma referência para os amantes da bebida. Seus freezers guardam 450 rótulos. Entre eles está a americana Sixpoint Resin Imperial IPA. Da divisão de chopes especiais, há o belga Delirium Tremens, que tem 8,5% de gradação alcoólica. Impressione o turista estrangeiro com a porção de minicoxinhas de frango com catupiry. Ele não vai querer comer outra coisa até voltar para seu país!
■ A Juriti: o boteco se mantém na ativa há 55 anos. A longeva trajetória justifica-se principalmente pela oferta e qualidade dos tira-gostos. Num fogareiro a álcool é preparada na frente dos clientes a calabresa joana d’arc, mais célebre petisco do lugar. Na hora de beber, as escolhas recaem sobre o chope (Brahma).
■ Ó do Borogodó: num galpão despojado em Pinheiros, lota de universitários amantes de samba e choro. Sempre de cerveja na mão (Original), um público sem frescura cai na farra e canta junto clássicos apresentados por grupos como Inimigos do Batente e Choro Rasgado e as cantoras Juliana Amaral e Giana Viscardi. Para conseguir uma mesa, só chegando bem cedo.
■ Pirajá: este é para o amigo gringo se sentir no Rio, mas contemplando uma das esquinas mais badaladas da cidade. O mais famoso quitute do cardápio do bar é o tentador bolinho carioca, com massa de abóbora e recheio de carne-seca. Outras delícias para escoltar o chope cremoso (Brahma) são os croquetes fio maravilha (de pernil) e o rosbife de língua de boi. A varanda e áreas externas do bar acomodam clientes na companhia de seus cachorros inclusive nos horários movimentados, como à noite e finais de semana.
■ Ritz: badaladíssimo e com filas de espera frequentes, o restaurante caiu nas graças do público GLS. O cardápio tem como atração sete ótimos hambúrgueres, entre eles o diamond special, um bife de 200 gramas de carne moída sem pão que pode vir acompanhado, por exemplo, de bolinho de arroz. Outro sucesso, a torta de frango recebe a escolta de salada. As caipirinhas servidas ali são todas imperdíveis.
■ São Cristovão: a decoração, de temática futebolística, que reúne fotos históricas, escudos, flâmulas e caricaturas, vai enlouquecer os gringos fãs de futebol. Para tabelar com o chope (Brahma), convoque o croquete de calabresa levemente picante. Serve pratos como o filé ao molho de mostarda de Dijon, com batatas rústicas e arroz.
■ Skye: instalado no topo do Hotel Unique, tem uma vista panorâmica incrível, que vai impressionar o turista estrangeiro. Ali, são servidos pizzas e sushis, a exemplo do uramaki spicy de salmão ou atum. Enquanto admira o visual, escolha um dos drinques da carta. O picante wasabi kin skye combina vodca, pasta de raiz forte e suco de limão.
■ Spot: não importa o horário, é um agito só. No almoço, suas mesas são disputadas por quem trabalha na região. À noite, torna-se ponto de badalação. Além da arte de ver e ser visto, a clientela aparece para provar as saborosas receitas criadas por duas das sócias, Maria Helena Guimarães e Lygia Lopes. A espera, que costuma ser longa, é o momento ideal para provar os deliciosos drinques feitos ali, com destaques para as caipirinhas.
■ Suíte Savalas: balcão de fórmica vermelha, banquetas com estampas de oncinha ou zebra e mais de 100 pôsteres de filmes cult transportam a clientela para algum lugar dos anos 70. Mais do que ficar horas na mesa, o público solteiro prefere circular ou se sentar ao balcão, o que facilita a conversa e a troca de olhares. Para se descontrair, recorra aos drinques do barman Washington, entre eles a margarita de manga com toque de pimenta dedo-de-moça.
■ Terraço Itália: turistas e casais sobem ao topo do Edifício Itália em busca de agradáveis momentos em seu piano-bar, no 42º andar do prédio. À moda antiga, o salão de iluminação difusa tem poltronas bem próximas às paredes envidraçadas, de onde se contempla uma das mais bonitas vistas da cidade, a 160 metros de altura. Em volume agradável, conjuntos de jazz embalam os namoricos. O vigoroso dry martini cai bem para eles e o adocicado rossini (prosecco e polpa de morango), para elas.
■ Tubaína: que tal levar os amigos gringos para tomar tubaínas? mais de trinta opções figuram no menu do bar, a exemplo da Vedete, de Sorocaba. Chegaram ao cardápio oito sugestões vegan (sem matéria-prima de origem animal), como o cremoso caldinho de feijão (que não leva bacon no tempero). Na lista de cervejas disponíveis aparecem rótulos da Bamberg, de Votorantim (SP), caso da boa loirinha Camila, Camila.
■ Veloso: eleito pela segunda vez o melhor boteco da cidade no especial “Comer & Beber”, o bar tem mesas cobiçadíssimas. Os principais patrimônios do local são a coxinha de frango com catupiry e as imbatíveis caipirinhas do barman Souza. Três imperdíveis são a de jabuticaba, a de caju e limão e a de tangerina com pimenta dedo-de-moça.
■ Venga: eleito o endereço revelação da temporada pelo júri da edição especal “Comer & Beber”, o estabelecimento de origem carioca fixou-se com sua primeira filial paulistana na Vila Madalena. Possui um belo balcão com 22 lugares. O cardápio reúne tentadoras tapas, entre elas espetinho de aspargo cozido e presunto cru ao vinagrete de jerez. A oferta etílica inclui sangria, cervejas como a Estrella Damm, de Barcelona, e uma seleção de coquetéis, da qual faz parte o gim-tônica com gomos de grapefruit e laranja.
■ Z Carniceria: nos anos 50, funcionou no mesmo imóvel um dos primeiros açougues da Rua Augusta, chamado Z. Daí a decoração underground com ganchos de pendurar carne e imagens de açougueiros. Embalado por rock e soul, o pessoal beberica cervejas (Heineken) e drinques como o mad butcher (vodca, licor de pêssego, suco de maracujá e tabasco na taça de martíni enfeitada com uma pimenta dedo-de-moça).