Minha última viagem ao Rio de Janeiro foi reveladora. Jurava que já tinha uma boa noção geral da cidade, mas… doce engano. Guiada por uma amiga carioca, conheci a Pacheco Leão, rua que corre paralela ao quintal do Jardim Botânico e é um charme só. Confesso que fiquei com a sensação de marido traído por nunca ter conhecido a região – ou sequer ouvido falar o nome da rua. Mas aos poucos fui vendo que é tudo meio novidade por ali. Os bares e restaurantes cheios de bossa surgiram, sobretudo, de 2010 para cá. Ufa!
Subindo a rua desde o comecinho, a primeira novidade aparece já no número 320, em frente à Rede Globo: é a La Byciclette, uma padaria que solta fornadas de delícias francesas de terça a domingo o dia todo. Os croissants e pains au chocolate são de comer de joelhos. Tem também sanduíches e tortinhas bem gostosos. Não é raro comer com figuras globais ao lado.
O resto das atrações se concentra, sobretudo, entre as ruas Alberto Ribeiro e Estela. Ali, em três quadras curtinhas, há ótimos bares e restaurantes. A entrada do número 724 é despretensiosa: uma estreita escada que sobre íngreme. Lá no alto, a surpresa: o Paxeco Bar tem um terraço ao ar livre com vista desimpedida de belas palmeiras e do Cristo Redentor. Do balcão, decorado com luminárias orientais coloridas, saem petiscos como os pastéis de pupunha ou de siri, sequinhos. As caipirinhas são ótimas para embalar a noite.
Logo ao lado, no número 758, fica o Yumê, que a tal amiga me convenceu que era bom dizendo que certa vez encontrou “até o Chico Buarque por lá”. Não foi difícil. Voltei no dia seguinte e provei desde as ótimas entradas (caso da lula recheada com mozarela de búfala e manjericão, dos gyozas e das trouxinhas de couve com roquefort) até uma porção de skin e uma enorme tábua de sushis e sashimis. Tudo muito gostoso. A carta de saquês é bem variada. No andar de baixo tem uma fonte simpática no meio do salão, mas a melhor pedida para os dias quentes é o andar superior, onde fica um terraço com piso de vidro sobre um espelho d’água de carpas.
Na quadra seguinte ficam, também lado a lado, o Bar Do Horto (nº 780), uma fofura forrada de papéis de parede floridos, e o Jojô Café Bistrô (nº 812), que espalha simpáticas mesinhas na calçada e tem comidinhas para toda hora (incluindo bons sanduíches). Encerra a peregrinação pela região o Borogodó (nº 836), instalado num bonito casarão, que serve, apenas na hora do almoço, receitas com cara de feitas em casa, caso do bife à milanesa e do picadinho de filé-mignon. Bom e barato.
Ainda não conhece? Já sabe: da próxima vez que não quiser encarar as filas que demoram hooooras nos bares do Leblon nos finais de semana e feriados, é só rumar para cá.