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Shows itinerantes e intimistas: Tranquilo SP volta em março com novidades

Conheça a história do projeto mineiro que planeja lançar um clube de membros e edições especiais aos sábados

Por Tomás Novaes
23 fev 2024, 06h00

Ao longo do último ano, os amantes de música em São Paulo tiveram um evento sempre marcado na agenda nas noites de segunda-feira: o Tranquilo SP, um projeto itinerante de shows intimistas, com atrações reveladas somente no dia ou na véspera dos encontros e localização enviada apenas aos interessados.

A programação dá visibilidade a nomes emergentes e reuniu mais de 13 000 pessoas e 151 músicos em onze endereços em 2023. Com retorno marcado para 4 de março, a iniciativa prepara novidades, como um clube de membros e edições aos sábados.

O Tranquilo nasceu em Belo Horizonte, em 2018, no quintal do músico Thales Silva, 38. “Eu estava frustrado com a minha carreira musical. Tinha investido nisso e gravado dois discos, mas a cena foi empurrada mais para o entretenimento e menos para a canção. Criei o projeto pensando em gerar um espaço para artistas com trabalhos similares, fora das grandes mídias e com pouco público”, ele conta.

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Com as edições cada vez maiores — saltaram de quarenta para mais de 400 pessoas — e a participação de atrações de fora do circuito mineiro, a ideia mostrou que poderia ter um alcance nacional.

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O lema de todas as noites no encontro: ouvidos atentos, corações abertos (Luisa Savala @lusavala/Divulgação)

Ao final de 2022, o Tranquilo estreou em São Paulo, em uma sociedade entre Thales e a produtora mineira Fernanda Bcheche, 39. “Eu trabalhava com artistas menores, era um desafio vender setenta ingressos para um show. Ao mesmo tempo, as pessoas saíam deles maravilhadas. Por que mais gente não ia, então? Acreditei que o Tranquilo seria uma solução para esse problema”, ela conta.

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Hoje, o projeto funciona simultaneamente nas duas cidades e envolve cerca de cinquenta funcionários, com público médio de 470 visitantes por encontro.

Na capital paulista, o projeto recebeu músicos como Marcelo Jeneci, Jards Macalé, Moreno Veloso e Silvia Machete, que, apesar de mais consagrados, ainda assim são ligados à cena independente.

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O público no Tranquilo: experiência intimista (Luisa Savala @lusavala/Divulgação)

As noites do Tranquilo não têm um roteiro exato, já que o mote do projeto é a descoberta. O normal é que o evento tenha três shows curtos, cujos nomes são divulgados somente na data.

O endereço é “secreto” — é preciso comentar ou responder postagens no Instagram para receber as coordenadas. O público normalmente se senta no chão.

O valor do ingresso é voluntário, com sugestão de 30 reais. Não existem comandas: as bebidas são pagas na base da confiança. “As pessoas podem ir ao isopor, pegar algo e pagar depois, tanto no caixa quanto via Pix. Não precisa entregar ficha e ninguém vai conferir, então é, de fato, um consumo na confiança”, explica Thales.

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Além dos shows da noite, também acontecem sessões de “música olho no olho”, em que artistas na plateia podem tocar ou cantar uma música cara a cara para outra pessoa.

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O duo Dois Ô Um, com Emílio Dragão e Pri Glenda: curadoria independente (Luisa Savala @lusavala/Divulgação)

Em 2024, o Tranquilo tem novidades em vista. A principal será um clube de membros, que pode incluir benefícios como prioridade de ingresso, descontos na lojinha do show e encontros com artistas.

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“Temos uma comunidade que precisamos fomentar, porque a gente sabe que, no longo prazo, serão essas pessoas que nos darão sustentabilidade. Somos uma iniciativa multiplataforma para exaltar e propagar o trabalho dos artistas, então não podemos falar só para cinquenta pessoas”, explica o músico e empreendedor.

Outra novidade de 2024 serão as edições esporádicas aos sábados, para alcançar um público que não pode comparecer às segundas.

Segundo Thales, o Tranquilo se mantém financeiramente somente com os valores da contribuição do público. “Já perguntaram porque não usamos alguma lei de incentivo cultural. Não tenho dúvidas de que a gente passaria nas seleções, mas estaríamos reforçando a ideia de que, para consumir cultura, você não precisa pagar. A maior parte do nosso público pode pagar, são pessoas que já gastam no fim de semana em casas de show”, afirma Fernanda.

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Para os sócios, a iniciativa tem também um cunho lúdico e educativo. “A ideia de só divulgar as programações de última hora é provocar a descoberta, é um convite para que as pessoas compareçam independentemente de quem vai tocar. É fazer com que olhem para esses artistas com a atenção que eles merecem”, conclui Thales. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 23 de fevereiro de 2024, edição nº 2881

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