Finalista da batalha de rimas Red Bull FrancaMente, Alexandre Bane, 44, explora na música alguns dos desafios vividos desde a adolescência. “Fui morador de rua por quase trinta anos e tive de lidar com o mundo das drogas, do crime e da miséria”, relembra. “Muitos perdem a esperança e se entregam, mas eu sempre vi o rap e o hip-hop como minha bíblia, meu escape. Quando saí das ruas e me casei, comecei a levar o trampo mais a sério e a me sustentar inspirado no Emicida, que montou um império vendendo CDs de mão em mão. Fiz cópias dos meus próprios CDs e fui pra rua vender também.”
Hoje Bane vive na Zona Norte com a esposa e a enteada. “Na minha música não falo de ostentação, não adianta falar que a favela venceu com tanta chacina rolando. Eu vivo um dia de cada vez, mas sonho em ter meu álbum gravado e em ajudar minha filha a entrar na faculdade.” A fase final da competição ocorre em 18 de julho.
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de junho de 2021, edição nº 2742