“Governo pode impedir”, diz José Alberto Zuccardi sobre importação ilegal de vinhos
Entrevistamos o empresário à frente da premiada vinícola argentina de sua família
O argentino José Alberto Zuccardi, 68, à frente da Zuccardi, que surgiu como uma produtora de uvas e vinhos para terceiros, colocou a empresa no mapa do mundo da bebida nos anos 2000 — e faturou prêmios, como o World’s Best Vineyards em 2019, 2020 e 2021.
O empresário, que esteve na cidade na semana passada, compartilha a direção com o filho Sebastián, que cuida da produção. “Ele está aportando uma visão muito importante ao vinho argentino, que é a do vinho de terroir — sair um pouco das variedades e ir para os lugares”, elogia.
Leia trechos da conversa.
Por que malbec faz tanto sucesso aqui?
Ela é uma carta de identidade da Argentina, e quando me perguntam o que vem depois, digo: mais malbec, mas de distintas regiões. Essa vinificação que fazemos, que busca a expressão do vinhedo, mostra ao mundo que a malbec não é só uma coisa, mas muitas coisas. Ao mesmo tempo, a Argentina é diversidade, e há variedades como o torrontés, com muito futuro. (Zuccardi Serie A Malbec, R$ 106,70, na Amazon).
Que uvas pretendem usar em novos vinhos?
Estamos trabalhando em variedades novas, como alvarinho, e implantando um novo vinhedo em San Pablo (em Vale do Uco) trabalhando com muitas variedades brancas, como também sauvignon blanc, verdejo… Como evitar descaminho ou contrabando? As diferenças cambiais promovem isso. Acho que o governo tem a possibilidade de impedir o problema — é uma decisão política. Se os governos investigarem as fronteiras, pronto.
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de setembro de 2022, edição nº 2808
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