Mooca já teve cinemas com quase 2 000 lugares
O bairro da Zona Leste já foi palco de grandes salas de projeção, hoje concentradas majoritariamente em shopping centers
Cine Aliança
Localizado nas esquinas das ruas Visconde de Inhomerim e Madre de Deus, o local (foto em destaque) contava com 566 lugares, muitos deles dispostos em andares superiores, transformando o cinema em uma grande e vertical sala de espetáculos. A data de sua construção é incerta, mas o fechamento se deu em 1961. A partir daí, o prédio abrigou diversas modalidades de empresas, como boliche, estacionamento, borracharia e um sacolão. Os andares de cima transformaram-se em uma pensão. Hoje a construção, que chegou a ser invadida, foi reformada e funciona como um prédio comercial.
Cine Roma
Com 2 200 poltronas e situado na Rua da Mooca, 617, o cinema foi inaugurado nos anos 1950 e seu fechamento ocorreu na década seguinte. O filme inaugural do espaço foi Não Quero Dizer-te Adeus, de Mark Robson. Com uma hora e 42 minutos, a obra, em preto e branco, trata de cidadãos americanos que moravam em cidades pequenas e tinham de lidar com o recrutamento militar.
Cine Imperial
Um dos maiores e mais luxuosos do bairro, com 1 820 assentos, o imperial ficava na Rua da Mooca, 3430, e operou entre 1948 e os anos 1960. Foi construído pelo engenheiro Samuel Gragnani e fundado pelo industrial José Vietri. Na estreia, a dupla sessão exibiu na sequência os filmes O Justiceiro e Desesperado.
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Cine Safira
O prédio do antigo Safira, localizado na Rua do Hipódromo, 1445, ainda está de pé, mas o atual ramo de atividade, voltado para a área industrial, difere do que foi o espaço, inaugurado em 1959 e com 1 900 lugares. O primeiro ator a dar as caras na telona ali foi Marlon Brando, que estreou o filme Sayonara, lançado nos Estados Unidos dois anos antes.
Cine Icaraí e Cine Ouro Verde
Inaugurado primeiro como Cine Icaraí, em 1953, o espaço, com 1 620 lugares e também localizado na Rua da Mooca, 2519, mudou de nome em 1966. Seu primeiro filme foi Torrente de Paixão, com Marilyn Monroe, lançado mundialmente no mesmo ano. Nos anos 1980 e 1990, o cinema abrigou uma unidade da rede Lojas Glória, uma das maiores da cidade. “Comprei ali uma corneta verde e amarela para a Copa de 90”, diz o repórter da Vejinha Sérgio Quintella. Hoje funciona uma academia no terreno.
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Cine Patriarca
Localizado na Rua do Oratório, 830, e com acesso pela Rua Visconde de Inhomerim, o cinema tinha capacidade para 1 931 pessoas sentadas e funcionou entre os anos 1955 e 1984. Depois, o local virou uma danceteria e posteriormente um estacionamento. O nome do espaço vem de seu fundador, o comendador Armando Patriarca.
Cine Santo Antônio
Mais um na Rua da Mooca, 547, o espaço funcionou entre as décadas de 30 e 60.
Cine São João
Um dos primeiros de que se tem notícia, foi inaugurado em 1912. Esteve localizado na Rua da Mooca, 380.
Cine Moderno
Abriu suas portas, voltadas para a Rua da Mooca, 2241, em 1916. Suas atividades ultrapassaram cinco décadas e se encerraram em 1960.
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de junho de 2021, edição nº 2743