Acarajé com sauvignon blanc? Veja combinações de vinhos e petiscos
Sugestões de boas bebidas que podem funcionar com comidinhas mais informais
Admitamos, nós brasileiros temos a tendência a dar mais valor ao que vem de fora e a desprezar nossas raízes. Fomos colonizados, é verdade. Coq au vin é um quê de chique. Tagliatelle ai frutti di mare é puro glamour. Esquecemos, no entanto, que essas receitas são de origem popular em seus países.
Deixemos de lado, então, os preconceitos e vamos nos deliciar com um pouco da “baixa gastronomia” ao lado de bons vinhos. Um crime para os ortodoxos, mas por que não um acarajé com um bom sauvignon blanc ou um chardonnay? E torresmo também com um branco? Ou vai um pastelzinho de carne com malbec ou outro tinto?
Combinar petiscos do nosso dia a dia com vinhos, além de saboroso, pode ser muito divertido. A experimentação certamente proporcionará descobertas, trazendo a bebida para nosso cotidiano, sem pompa, mas para muitas agradáveis circunstâncias.
Em uma análise de nossos aperitivos, concluímos que boa parte deles é gordurosa, com muita fritura. Para esses casos, o vinho deve ter boa acidez, frescor e jovialidade. Para bolinho de bacalhau e até uma empadinha que acabou de sair do forno, busque safras recentes de vinhos com acidez um pouco mais alta, como espumantes ou os brancos feitos com as castas sauvignon blanc, loureiro, arinto, verdejo, chenin blanc e pinot blanc.
Tintos como pinot noir, gamay, carignan e mencía também podem ficar muito bem. Os rosés também são ótimos curingas. Para petiscos com carne, como escondidinhos, pode-se optar por um tinto de safra jovem, com pouca ou nenhuma madeira e de castas com acidez mais presente, como as citadas anteriormente, além de syrah, graciano, aglianico, touriga nacional, cabernet franc e cabernet sauvignon.
Para petiscos com queijo, como o pão de queijo, bolinha de queijo, empada ou o dadinho de tapioca, uma boa pedida seria um chardonnay, ou outros brancos com boa textura e cremosidade, como alvarinho barricado ou viognier.
A pimenta, muitas vezes derramada em parcimônia sobre nossas comidinhas, é um complicador e muda totalmente o rumo da harmonização. A acidez nos vinhos incrementa a ardência e a pungência da pimenta. Logo, opte pelos de acidez mais contida como, nos brancos, gewürztraminer, pinot grigio, viognier, torrontés, sémillon, godello e muscadet; nos tintos, carménère, grenache, monastrell, tempranillo ou primitivo.
Um incentivo a pôr em prática nessas combinações é a saúde, já que se acredita que a acidez e os polifenóis dos vinhos podem ajudar no processamento da gordura dos petiscos. Alguns podem achar heresia, mas creio ser bem mais saudável que acompanhar essas delícias com cerveja ou coquetéis como caipirinha, por exemplo.
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