Sophie Charlotte emociona como Gal Costa em cinebiografia
Filme dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi foca no período do movimento tropicalista no Brasil
✪✪✪ Gal Costa é um furacão, um acontecimento e uma constante na música brasileira. “É”, não “foi”, pois nem sua morte, em novembro de 2022, foi capaz de silenciar sua voz que mesclava doçura com força. Na verdade, ela só ficou mais forte.
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Prova disso é a estreia de Meu Nome é Gal, filme dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi (a última também assina o roteiro) que chegou aos cinemas nesta quinta (12) de feriado. Com a aprovação e incentivo da própria artista, a atriz Sophie Charlotte (Rio do Desejo) encarna Gal desde a época em que o movimento tropicalista começou nos anos 60.
A chegada da Ditadura Militar e a prisão e exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil, amigos próximos de Gal, são alguns pontos abordados pelo enredo. E, entre uma passagem mais conturbada e outra, há música para dar e vender – como o esperado. Sophie empresta sua voz em alguns momentos, mas as versões originais de clássicos como Baby, na voz da cantora e compositora baiana, dão um toque extra de emoção.
Dandara e Lô não hesitam em aproximar a câmera do rosto de Sophie: esse movimento combina com o ritmo instável da vida da Tropicália em tempos difíceis.
Porém, falta a Meu Nome é Gal foco em expor mais detalhes na narrativa. As cenas apenas acompanham Gal performando em um curto período de tempo. Apesar dos anos 60 e 70 terem sido definitivos para torná-la a voz feminina do Brasil, o desfecho se resume a uma bonita homenagem quando tinha o potencial de ser muito mais.
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de outubro de 2023, edição nº 2863