De volta em Halloween Kills, Jamie Lee Curtis destaca o elemento do trauma na história
Em entrevista exclusiva à Vejinha, Curtis e Judy Greer dizem que o brilho da história não se deve exclusivamente ao terror que Michael Myers gera no público
Em 2018, Halloween foi lançado após muita expectativa e retomou os eventos da franquia quarenta anos após o longa original — deixando de lado as sequências que estrearam ao longo dos anos. Agora, em 2021, Halloween Kills: o Terror Continua apresenta a icônica personagem Laurie Strode, interpretada por Jamie Lee Curtis, e sua família em mais uma tentativa de se vingar de Michael Myers, o grande vilão mascarado da trama.
Com estreia marcada para 14 de outubro nos cinemas, o filme traz Judy Greer e Andi Matichak como Karen e Allyson, respectivamente a filha e a neta da protagonista. À Vejinha, Jamie e Judy afirmam que o verdadeiro brilho da história não se deve exclusivamente ao terror que Myers causa ao atacar pessoas, mas ao desenvolvimento do trauma que Laurie ainda tem de lidar décadas após o longa original. Essa questão pessoal acaba atingindo sua família de forma direta.
“Eu não me importo se Michael está de volta aterrorizando novas vítimas. A história é que ele está aterrorizando Laurie. Ela ainda está se agarrando ao trauma, assim como todos nós fazemos, e isso é algo infinitamente mais interessante”, diz Judy.
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“É exatamente isso. Existe algo para contar quarenta anos depois. E isso nunca foi feito. O que acontece com todo esse choque geracional? O que isso faz com uma família? Estamos falando de algo violento, de sobrevivência. Laurie sobreviveu, mas ainda sofre. Isso é o que foi crucial, porque o resto — as corridas e o relacionamento com Michael — só funciona se você tiver um roteiro fundamentado”, completa Jamie, que, apesar de ter estreado no cinema com o Halloween de 1978, diz não ser tão fã do gênero de horror.
A atriz também relembra a época em que o longa foi feito sem a intenção de ser uma franquia. “Tudo começou como um terror de baixo orçamento feito com 300 000 dólares. Não havia franquia, não havia nenhum grande futuro. Inclusive, para muitas das pessoas que fizeram o filme, aquela foi a primeira oportunidade que elas tiveram de fazer cinema. Toda a equipe era jovem. Tudo aconteceu de forma rápida, furiosa, bonita e especial, mas nada daquilo realmente existia até começar a fazer sucesso.”
Ainda sobre a reflexão dentro da temática de um forte abalo mental ou físico, as atrizes relembram o caso de Monica Lewinsky com o presidente Bill Clinton. “A série Impeachment: American Crime Story está prestes a estrear e, vale lembrar, Monica só tinha 22 anos na época do escândalo. Hoje ela é produtora da nova temporada. É muito interessante ver como as pessoas lidam com o trauma”, diz Jamie.
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Publicado em VEJA São Paulo de 13 de outubro de 2021, edição nº 2759